A batalha entre o governador Ron DeSantis e a gigante do entretenimento Walt Disney World ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (20). Atendendo demanda encaminhada pelo governador, o Senado da Flórida aprovou um projeto de lei que elimina o distrito especial Reedy Creek Improvement District, nos condados de Orange e Osceola, em que a Disney está inserida.
Na prática, o projeto devolve ao governo o controle de uma área operada pela empresa de forma autônoma desde 1967. Dentro do Reedy Creek Improvement District, a Disney se autogoverna, podendo decidir seu próprio zoneamento, instituir polícia e um sistema jurídico próprio, fornecer serviços de infraestrutura, entre outros. A proposta ainda terá que passar por mais um votação no Congresso antes de ir para a mesa de DeSantis. Se sancionada, o distrito especial da Disney deixará de existir no ano que vem.
A medida, é uma retaliação do governo da Flórida após o CEO Bob Chapek se posicionar contra o projeto de lei ‘Don’t Say Gay’ que proíbe o ensino de identidade de gênero e orientação sexual nas escolas infantis. Depois que o ‘Don’t Say Gay’ foi aprovado, Chapek disse que interromperia as doações políticas ao estado. De acordo com o Florida Electoral Division, a Disney transferiu cerca de $ 2.1 bilhões para campanhas políticas apenas no ciclo eleitoral de 2020. Os grupos afiliados ao Partido Republicano, do qual o governador da Flórida faz parte, foram os maiores beneficiários das doações.
Parlamentares democratas descreveram a medida como um “castigo à corporação, que representa um dos principais motores da economia do estado”. Outros distritos políticos na Flórida também estão sendo reavaliados. A Walt Disney World ainda não se pronunciou sobre o assunto.