O Miami Heat não sabe o que é vencer um jogo pela NBA há nove rodadas. A última derrota aconteceu em casa, no Kaseya Center, na última quarta-feira, com requintes de crueldade: o jogador Cade Cunningham, do Detroit Pistons, acertou uma cesta de 3 pontos no estouro do cronômetro, prolongando a incômoda sequência de fracassos para a franquia do sul da Flórida. Além de abalar o moral da jovem equipe treinada pelo multicampeão Erik Spoelstra, o resultado fez acender a luz vermelha em Miami, já que a vaga para os playoffs da liga profissional de basquete está seriamente ameaçada.
“Essa derrota foi especialmente dura, porque jogamos bem e ficamos praticamente todo a partida à frente do placar. Mas temos que saber finalizar os adversários”, disse Spoelstra, que enfrenta a sua pior sequência sem vitórias desde que assumiu a equipe, em 2008. No geral este ano, são apenas 29 triunfos e um aproveitamento de 42%. O técnico, porém, acredita que o time vai garantir a vaga nos playoffs nas 13 rodadas restantes da temporada regular, evitando assim o vexame de 2019, última vez em que não se classificou para a fase decisiva.
No jogo de quarta (116 a 113 para o Pistons), Bam Adebayo e Tyler Herro – as duas principais estrelas do Heat – não desapontaram e anotaram 30 e 29 pontos, respectivamente, mas a equipe foi superada em quesitos como rebotes e bloqueios. A tão desejada recuperação tem que começar já. Os próximos quatro jogos são em casa e o primeiro deles é nesta sexta-feira, contra o Houston Rockets, que tem uma das melhores campanhas da NBA.
Miami Open celebra a cultura brasileira
Na rodada de abertura da chave principal do Miami Open, o primeiro tenista brasileiro a entrar em quadra foi derrotado: o paranaense Thiago Seyboth Wild foi eliminado pelo francês Quentin Halys na noite de quarta-feira, com parciais de 6/3 e 6/4. Mas a jornada não foi totalmente perdida para os nossos muitos conterrâneos que prestigiaram o evento no Hard Rock Stadium – a casa do Dolphins, time de futebol americano. Afinal, a organização do torneio preparou uma programação especial em celebração à nossa cultura, com muita música brasileira e caipirinha na happy hour. O “Brazilian Heritage Day” foi uma festa.
O Masters 1000 de Miami tem ainda dois brasileiros na disputa, justamente os mais bem colocados do país na ATP. A tabela reservou para a paulista Beatriz Haddad Maia, número 18 do ranking feminino, a tcheca Linda Fruhvirtová como primeira adversária; já para o tenista sensação do circuito, o carioca João Fonseca, o sorteio apontou o confronto contra o norte-americano Learner Tien na estreia. As duas partidas estavam previstas para a noite de quinta-feira, portanto após o fechamento desta edição (nós iremos informar os resultados pelo site acheiusa.com e nas nossas mídias sociais).
Para um país que já teve ídolos neste esporte do calibre de Gustavo Kuerten, Maria Esther Bueno e Thomaz Koch, a ascensão de Bia Haddad e Fonseca é uma promessa de retorno aos bons tempos. A paulista de 28 anos já foi a número 10 do mundo e faturou, desde 2022, quatro títulos de simples em sua carreira profissional (Seul, Zhuhai, Nottingham e Birmingham).
Já João Fonseca ganhou seus dois primeiros títulos como profissional num intervalo de um mês, no primeiro trimestre deste ano. Ele é o atual número 60 do mundo e sua carreira tem sido meteórica, pois sequer figurava no Top 100 há pouco mais de 40 dias. Com as conquistas do ATP de Buenos Aires, em 16 de fevereiro, e do Arizona Tennis Classic, no domingo passado, o brasileiro acumula mais de US$ 346 mil em prêmios só em 2025.
O jovem de 18 anos vem recebendo elogios de nomes consagrados do tênis. “Ele tem um futuro brilhante”, afirmou o sérvio Novak Djokovic, o maior vencedor de Grand Slams da história (24). “Ele vai estar na lista dos melhores jogadores do mundo muito em breve”, completou o espanhol Carlos Alcaraz, atual número 3 do mundo e que, coincidentemente, venceu o Miami Open pela primeira vez aos 18 anos de idade, em 2022.
Independentemente do que Bia e João Fonseca fizerem neste torneio no sul da Flórida, eles já conquistaram a admiração do nosso povo, tão carente de ídolos. Isso pode ser atestado pela presença maciça de brasileiros nas arquibancadas. Mas, como sonhar não custa nada, a torcida espera que os dois tenistas estejam na quadra central do Hard Rock nos dias 29 e 30 de março, datas das finais feminina e masculina do torneio, que este ano distribui quase 20 milhões de dólares de premiação.
COLABORAÇÃO / No Ângulo do Gol / Leonardo Macedo @noangulodogol
Um raio-x dos grupos da Libertadores 2025 e as chances dos brasileiros
Na última segunda-feira foram definidos os grupos da Libertadores 2025. Há brasileiros que trilharão por caminhos acessíveis, outros um pouco menos. No entanto, dois deles caíram no “grupo da morte” e se enfrentarão já de imediato. São os casos de Internacional e Bahia. O Colorado, sob um ótimo trabalho de Roger Machado, vem se mostrando uma equipe competitiva, com um futebol objetivo tanto no ataque, quanto na defesa. E desta forma voltou a conquistar o Gauchão após nove anos. Já o Esquadrão de Aço superou a Pré-Libertadores e volta à principal competição da América do Sul pela primeira vez desde 1989. Ambos terão as pesadas camisas de Nacional (URU) e Atlético Nacional (COL) pela frente. Então há um enorme risco dos dois brasileiros “se matarem” por uma vaga.
Já Palmeiras e Flamengo, duas grandes forças continentais de tempos meramente recentes, caíram em grupos, ao menos na teoria, tranquilos. Para o Rubro-Negro, a LDU de Quito é um adversário para manter os olhos abertos, sobretudo na altitude da capital equatoriana, mas Táchira e Central Córdoba não devem oferecer muitas dificuldades. Já o Verdão reencontrará velhos conhecidos: Cerro Porteño e Bolivar têm sido rivais corriqueiros na estrada alviverde, mas o máximo que o time paulista (e brasileiros, no geral) tem tido de problema é quando atua na altitude de La Paz, onde já até venceu em 2020. E o time de Abel Ferreira, mesmo em meio a certa desconfiança devido a um futebol abaixo este ano, principalmente em clássicos, tem sempre chegado firme na fase de grupos nas últimas temporadas. Concluindo aqui, tanto flamenguistas quanto palmeirenses são favoritos à liderança de seus respectivos grupos.
O São Paulo é o time mais forte de seu grupo, indubitavelmente. Tem Lucas, Oscar, Calleri… mas seus adversários, apesar de ainda não terem conquistado a América, têm não só apenas aparecido frequentemente na competição, como também feito alguma graça. São os casos de Talleres e Libertad, sendo que o clube de Córdoba já trouxe estragos ao Tricolor, e os paraguaios são líderes da liga local. O quarto membro do grupo é o Alianza Lima, de Paolo Guerrero e Hernán Barcos, que eliminou o Boca Juniors na fase preliminar. O time de Zubeldía é favorito, mas o grupo não é tão trivial quanto parece.
Já Botafogo e Fortaleza têm outra preocupação além de seus grupos, que é o mau início de temporada. O atual campeão do torneio continental, em meio a um desmanche no elenco e a um, para dizer no mínimo, questionável planejamento, fracassou em todas as competições de 2025 até aqui, enquanto o Leão perdeu a ida da final do Cearense para o rival Ceará. Ambos têm duríssimos times argentinos em seus caminhos (Estudiantes e Racing, respectivamente), além dos chilenos (Universidad de Chile e Colo-Colo) que vão dificultar. Podem passar, mas precisarão evoluir. Até porque a Libertadores é traiçoeira.