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Saldo de primeira viagem internacional de Lula tem promessa de moeda única para Mercosul e crítica aos EUA

Em visita aos presidentes da Argentina e Uruguai, Lula apoiou aliança Mercosul-China e afirmou que defenderá um novo modelo de governança global

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluiu nesta quarta-feira (25), a primeira rota internacional de seu terceiro mandato. O petista escolheu a Argentina e o Uruguai como destinos da sua primeira viagem ao exterior, demonstrando prioridade nas relações de seu governo com países vizinhos. Ele aproveitou para criticar os Estados Unidos e a União Europeia por não cumprirem acordos realizados em convenções das Nações Unidas.

Em Buenos Aires, na segunda-feira (23), Lula sugeriu a criação de uma moeda comum entre países do Mercosul para transações financeiras e comerciais. A ideia é reduzir a dependência do dólar em negócios regionais. O presidente lembrou que Brasil e Argentina já tentaram movimento similar com as moedas locais, mas classificou a experiência como “tímida” por ser uma decisão optativa, e não impositiva. “Se não tivermos a coragem de mudar, vamos continuar padecendo dos meus males. E é necessário que aprofundemos os vínculos entre Brasil e Argentina, porque esse vínculo vai motorizar todas as relações da América Latina”, reforçou.

Lula também demonstrou interesse em retomar o financiamento de empreendimentos argentinos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas não entrou em detalhes sobre como se daria o processo.

Ainda na Argentina, na terça-feira (24), Lula se reuniu com o líder cubano, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, durante a 7ª cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). “O Brasil restabelecendo suas relações diplomáticas no mundo”, escreveu Lula sobre o encontro no Instagram. Já o cubano publicou no Twitter que o encontro foi “afetuoso” e chamou Lula de “irmão”.

No Uruguai, na quarta (25), Lula disse que está “totalmente de acordo” com a proposta do presidente Luis Alberto Lacalle Pou, que defende uma aliança Mercosul-China. Em discurso, Lula afirmou que defenderá um novo modelo de governança global e que espera contar com o Uruguai nessa “briga”, como classificou. O petista mencionou que os Estados Unidos nunca assinaram o protocolo de Kyoto e que a gasolina da UE não contém 10% etanol, medida estabelecida em 2008 como meta para 2020. “Já estamos em 2022, estamos discutindo novas matrizes energéticas, discutimos no Brasil até hidrogênio verde, e até agora a questão do etanol não foi cumprida”, alertou Lula.

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