Secretário da Presidência (foto) garante que valor de 545 reais é inegociável, mas centrais sindicais e oposição querem mais
Apesar de o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ter garantido que o reajuste do salário mínimo no Brasil não é mais negociável, a semana promete ser quente em Brasília. As centrais sindicais, que defendem o valor de 580 reais, prometem lotar os corredores do Congresso Nacional na próxima terça para tentar mobilizar os parlamentares a seu favor antes da votação do projeto. Do mesmo modo, o Tucano José Serra fez pressão sobre o Palácio do Planalto, ao dizer que o mínimo de 600 reais é viável e possível.
O clima está tenso e uma comissão especial na Câmara dos Deputados será criada para discutir a votação. O objetivo é evitar o desgaste no plenário e chegar com uma proposta fechada entre governo e oposição. O grupo de trabalho vai se reunir ainda com representantes sindicais e lideranças partidárias, mas a julgar pela troca de palavras o consenso é difícil.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deve participar da reunião. Ele já deixou claro que o acero em 545 reais não causará problemas ao orçamento do governo, mas aceita debater o assunto. No entanto, ressaltou que não há motivo para mudar a política econômica do governo Lula. ‘Temos que continuar garantindo o crescimento sustentável do país’, destacou.
Para colocar ainda mais lenha na fogueira, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (que é do PSDB), anunciou que a menor faixa do salário mínimo regional do Estado será de 600 reais. O aumento beneficia também trabalhadores da iniciativa privada e representa uma correção acima da inflação.