DA REDAÇÃO – O embaixador russo na ONU, Vasyl Nebenzia, alertou na quinta-feira (12) que há risco de guerra entre seu país e os Estados Unidos se a Casa Branca decidir atacar a Síria. O presidente fez uma ameaça via Twitter de um ataque a mísseis na Síria para ameaçar a Rússia. As informações são da Agência Brasil.
“Não podemos excluir nenhuma possibilidade, infelizmente, porque vimos mensagens saindo de Washington que são muito perigosas”, afirmou o embaixador a jornalistas na sede da ONU, em New York.
Para o diplomata russo, a prioridade imediata é evitar o risco de guerra. Por isso, ele pediu que os EUA e seus aliados não utilizem a força contra a Síria. “Nunca disse quando um ataque à Síria aconteceria”, afirma Trump pelo Twitter, dando a entender que recuou.
Perguntado se essa guerra pode colocar os americanos contra os russos em uma guerra direta, Nebenzia disse que a hipótese não pode ser descartada porque há militares russos na Síria e existe um grande risco de escalada do conflito.
“Eles sabem que estamos lá. Eu gostaria que tivesse diálogo pelos canais apropriados para evitar qualquer acontecimento perigoso. A situação é muito perigosa e queremos deixar isso claro”, disse Nebenzia ao término de uma reunião no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O encontro foi convocado pela Bolívia para discutir as ameaças feitas pelo presidente dos EUA que avisou à Rússia para se preparar para o lançamento de mísseis contra a Síria, em represália por um suposto ataque químico na cidade de Duma na semana passada.
Os EUA acusam o regime do presidente da Síria, Bashar al Assad, aliado do Kremlin, de ser responsável pelo ataque.
Nebenzia defendeu hoje que a mera ameaça de um ataque por parte dos Estados Unidos é uma “clara violação” da Carta da ONU. “Esperamos que haja um ponto de retorno e que os EUA e seus aliados desistam de uma ação militar contra um Estado soberano”, indicou.
O embaixador russo nas Nações Unidas disse ainda que seu país pediu uma nova reunião do Conselho de Segurança para analisar com o secretário-geral da ONU, António Guterres, as tensões na Síria. Ainda não há data para o encontro, mas Nebenzia acredita que ele será realizado em breve.