Em um anúncio impactante, feito no final de julho, em New Hampshire, o pré-candidato republicano à presidência, Ron DeSantis, revelou um ousado plano de política que direciona suas atenções para a China por meio da chamada “Declaração de Independência Econômica”. Segundo DeSantis, o plano almeja reformar o cenário tributário, regulatório e enfrentar as “elites” que ele responsabiliza pelo declínio da nação. O atual governador da Flórida enfatizou seu compromisso em revitalizar e expandir a economia, colocando a classe média no centro dessa empreitada.
A questão central do plano de DeSantis é a desvinculação do controle econômico da China. Ele prometeu pôr fim ao tratamento comercial preferencial do país asiático, barrar importações de produtos resultantes de propriedade intelectual roubada e restringir o compartilhamento de tecnologias cruciais com a China por parte das empresas. DeSantis argumentou que as políticas atuais estabeleceram uma “relação abusiva” entre as duas nações. “Estamos sendo vendidos como uma lista de mercadorias quando se trata da China. Essa abordagem está equivocada, e precisamos corrigir esse rumo”, afirmou DeSantis.
“Para reacender a liberdade e as oportunidades econômicas, é imperativo construirmos uma economia que priorize as necessidades dos cidadãos comuns em detrimento dos interesses que se consideram grandes demais para falhar”, declarou ele durante sua fala no Prep Partners Group, uma empresa que coordena armazenamento, distribuição e logística para várias organizações. DeSantis destacou: “Somos uma nação com uma economia, e não o contrário. Somos cidadãos de uma república, não peças de uma engrenagem em um império econômico global”, disse.
Este plano econômico, composto por dez pontos fundamentais, representa a terceira maior proposta de política apresentada por DeSantis, que continua em segundo lugar nas pesquisas, atrás do ex-presidente Donald Trump. DeSantis tem se esforçado para ganhar impulso em meio a uma reestruturação de sua campanha, tendo recentemente demitido mais de um terço de sua equipe, após registros federais revelarem gastos insustentáveis por parte da campanha.
No entanto, em seus discursos, DeSantis tem colocado foco nos gastos excessivos do governo federal. O republicano se apresenta como um “novo xerife da cidade”, comprometido em vetar gastos supérfluos e estabelecer requisitos de trabalho para programas assistenciais. Ele também afirmou que poderia alcançar um crescimento econômico anual de 3% ao manter impostos baixos, eliminar a burocracia e incentivar o investimento.
Em relação à educação, DeSantis anunciou sua intenção de cessar o estímulo aos “diplomas sem utilidade”, responsabilizando as universidades pelos empréstimos adquiridos por seus estudantes. “É inadmissível que um motorista de caminhão tenha de pagar pela dívida de alguém que obteve um diploma em estudos de gênero”, argumentou.
Um porta-voz do Comitê Nacional Democrata reagiu ao discurso do republicano, argumentando que DeSantis deveria estar concentrando seus esforços em resolver os problemas econômicos que emergiram na Flórida durante seu mandato, incluindo o aumento dos custos de moradia, seguro de propriedade e cuidados de saúde. “Continua sendo um mistério por que DeSantis tenta recomeçar sua campanha prometendo exportar os fracassos de sua administração como governador para todo o país”, afirmou Ammar Moussa.
*com informações da AP