Em meio à escassez de remédios nos EUA, a Rite Aid, terceira maior rede de farmácias autônoma do país, entrou com pedido de falência no domingo (15), anunciando o fechamento de cerca de 500 de suas 2.200 lojas. A notícia agrava a atual crise do setor: segundo reportagem da CNBC, funcionários farmacêuticos da Walgreens e da CVS estão em negociações para organizar greves e protestos em todo o país no final de outubro, por causa de baixos salários e falta de pessoal.
A falência da Rite Aid reflete um problema crescente no varejo farmacêutico. A maior parte das vendas das drogarias vem do preenchimento de receitas, mas os lucros desse segmento diminuíram nos últimos anos devido às taxas de reembolso mais baixas para medicamentos prescritos. As frentes das drogarias, onde vendem alimentos, brinquedos e produtos de higiene pessoal, também enfrentam pressão. CVS, Walgreens e Rite Aid estão eliminando algumas gôndolas à medida que enfrentam a concorrência crescente desses itens em plataformas online como Amazon e grandes lojas com farmácias como Walmart e Dollar General.
Embora as drogarias tenham se beneficiado durante a pandemia com as pessoas que receberam as vacinas contra a Covid-19, menos consumidores visitaram as lojas para fazer compras. “A pandemia não foi um momento forte para as drogarias”, disse David Silverman, diretor sênior da Fitch Ratings.
O roubo também se tornou um problema para drogarias em algumas localidades, com várias lojas recorrendo ao trancamento de produtos para evitar furtos. Mas a medida piorou a experiência do cliente. “O roubo parece estar atingindo mais os varejistas de remédios do que outras categorias”, disse Silverman.
CVS, a maior rede dos EUA, fechou 244 lojas entre 2018 e 2020. Em 2021, anunciou o plano de fechar 900 lojas até 2024. A Walgreens disse que em 2019 fecharia 200 lojas e em junho anunciou o fechamento de mais 150 lojas.
Aproximadamente uma em cada oito farmácias fechou entre 2009 e 2015, o que afetou desproporcionalmente as farmácias independentes e os bairros de baixa renda, de acordo com um estudo publicado no Journal of the American Medical Association. O estudo constatou que as farmácias com maior risco de fechamento são aquelas com grande base de clientes de seguros públicos, que apresentam taxas de reembolso mais baixas do que os planos privados, bem como as farmácias independentes.
