Nasce um banco que fala a nossa língua
Leandro Alves, CEO e presidente da instituição, e Jefferson Hammes, vice-presidente executivo
BB Américas iniciou oficialmente suas atividades em outubro de 2012
O feriado de 12 de outubro no Brasil celebra o Dia da Padroeira do país, Nossa Senhora Aparecida. E foi nesta data, em 2012, que “atendendo as preces da comunidade” o Banco do Brasil Américas iniciou oficialmente suas atividades nos Estados Unidos. Ou seja, os brasileiros do sul da Flórida já podem abrir contas e utilizar os serviços regulares de um banco, numa instituição que fala a nossa língua e que tem uma tradição de dois séculos.
O BB Américas nasceu com três agências (Coral Gables, Pompano Beach e Boca Raton, mas os planos imediatos preveem a abertura de mais 15 unidades pelo menos mais duas delas aqui mesmo na Flórida (Downtown Miami e Orlando). Mas vale dizer que o processo para esta consolidação não aconteceu da noite para o dia. Na verdade, foram seis anos de estudos e planejamentos, até a aquisição do Eurobank e a posterior mudança para o nome definitivo, com todas as licenças e autorizações de funcionamento, como um banco americano.
“Uma das grandes vantagens que nós vamos oferecer para os nossos clientes é que sempre vamos encontrar uma solução para os brasileiros”, justificou Leandro Alves, presidente do Banco do Brasil Américas. Por coincidência (ou não), a primeira agência do BB em território brasileiro foi inaugurada justamente no dia 12 de outubro, só que do ano de 1808. Desde então, a história de sucesso de uma das maiores estatais do país é a garantia de que a comunidade aqui dos EUA está bem servida.
Brasileiros são destaque na educação
Em 2012 dois brasileiros na Flórida encheram de orgulho a comunidade ao ganharem prêmios significativos na área da educação.
O primeiro deles é Alexandre Lopes, natural de Petrópolis no Rio de Janeiro, que conseguiu a façanha de ser apontado o melhor professor do ano em todo o estado da Flórida. Professor de uma turma da pré-escola de alunos com necessidades especiais na cidade de Carol City, Alexandre já havia sido escolhido o melhor do Condado de Miami Dade, em junho, o que lhe garantiu a disputa estadual. Um detalhe importante é que, para receber o prêmio, o brasileiro concorreu com outros 180 mil mestres e foi condecorado numa cerimônia de gala em Orlando.
Já o paulistano Denilson Rodrigues venceu o Entrepreneurship Award, o mais importante prêmio concedido a estudantes de Administração, ou seja, aos aspirantes a empresários nos Estados Unidos. Os projetos participantes são analisados por especialistas em marketing, propaganda e finanças de grandes empresas, que escolhem a melhor ideia para viabilizar bons negócios. O conceito idealizado por Denilson foi o de um estabelecimento em Miami que funcionaria como um museu, área para exposição e participação em diferentes esportes direcionados aos turistas que visitam o sul da Flórida.
Parabéns aos dois conterrâneos, que mostraram mais uma vez o talento do nosso povo.
A comunidade nas páginas policiais
O ano mal havia começado e dois brasileiros se envolveram em um caso policial em Miami. Luiz Antônio Scavone Neto, de 20 anos, e um adolescente foram acusados de terem estuprado uma adolescente a bordo de um transatlântico, durante uma viagem ao Caribe. Detidos pelo FBI, a dupla afirma que a relação foi consensual, mas não escaparam do xadrez. Também em janeiro, o piloto de corridas brasileiro João Paulo Escudero Mauro atropelou e matou um homem em South Beach. Acusado de dirigir sob a influência de entorpecentes, homicídio culposo e posse de cocaína, ele cumpriu prisão domiciliar por alguns meses.
Já uma operação do Departamento de Combate às Drogas (DEA, na sigla em inglês) resultou na prisão de três brasileiros de uma mesma família, acusados de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e formação de quadrilha. Segundo as autoridades, eles eram os antigos proprietários de uma clínica que prescrevia remédios controlados em troca de dinheiro, com ou sem receita médica.
Mas os brasileiros também foram vítimas em algumas ocorrências. A pernambucana Rosa Hirsch, por exemplo, morreu assassinada pelo ex-namorado depois de uma discussão, onde supostamente ela teria colocado um ponto final na relação. Crime semelhante aconteceu em Orlando, onde a brasileira Jorgete Acarie foi assassinada pelo pai do seu filho. Em Pompano Beach outra tregédia abalou a comunidade, Neuza Cândida Harris morreu quando seu carro foi atingido por um trem. E o mistério ainda ronda o desaparecimento do milionário brasileiro Guma Aguiar, que fez fortuna explorando negócios com gás. Ele foi visto pela última vez passeando em um de seus barcos por um dos canais de Fort Lauderdale. A fortuna do brasileiro, porém, avaliada em 100 milhões de dólares, já é objeto de disputa na família.
Ainda não foi desta vez
Os brasileiros continuam sem um autêntico representante no cenário político americano. Nas últimas eleições, em novembro, dois conterrâneos concorreram a cargos públicos na Flórida, mas não obtiveram os votos necessários para assumirem o mandato. Em Orlando, Ronney Oliveira, candidato pelo Partido Republicano, buscou uma cadeira na câmara estadual pelo Distrito 45 e obteve 30.6% de apoio do eleitorado. José Peixoto, por sua vez, tentou vaga como deputado federal na região Miami, mas não obteve mais do que 1.1% dos votos.
Ano do Brasil na Macy’s
Brasil: A Magical Journey. Uma das maiores lojas de departamentos dos Estados Unidos, a Macy’s escolheu o nosso país para iniciar uma ação para celebrar a diversidade dos povos. No primeiro semestre, várias lojas do grupo receberam artistas brasileiros e as prateleiras ficaram cheias de produtos na cor verde e amarela. Em New York, por exemplo, o músico Sérgio Mendes comandou uma festa que teve ainda a cantora Bebel Gilberto e o chef Felipe Bronze. Na loja de Aventura, em Miami, o show de bossa nova foi da dupla Rose Max e Ramatis, e o público pôde conferir uma exposição da artista plástica Ana Mallmann, uma demonstração de capoeira e um desfile de moda de estilistas brasileiros.
Pompano Beach cada vez mais brasileira
Record realiza grande evento na cidade e o prefeito Lamar Fisher busca aproximação com a comunidade
Não é novidade que Pompano Beach possui a maior concentração de brasileiros na Flórida e que, há 20 anos, a cidade acompanha a evolução de nossa comunidade. No entanto, em 2012, esta relação ficou ainda mais intensa com a aproximação da Prefeitura local das entidades e empresários que falam o Português. Além disso, a Record escolheu a cidade como palco de seu primeiro grande evento nos Estados Unidos a gravação do especial de fim de ano da emissora, transmitido para mais de 150 países.
O prefeito Lamar Fisher, em seu segundo mandato à frente de Pompano, afirmou, durante uma reunião com os representantes do Brazilian Business Group, que deseja ver os brasileiros mais envolvidos nas questões da cidade. Também pudera: de acordo com dados da própria Prefeitura, 25% da população local é composta por nossos conterrâneos, que respondem também por uma parcela significativa de lojas, restaurantes e negócios na região. Fisher participou ainda de encontros com o Centro Comunitário Brasileiro e Rotary Club.
Com relação ao evento da Record, a festa no Community Park reuniu mais de quatro mil pessoas, de acordo com estimativa da polícia. Na ocasião (24 de outubro), os músicos Netinho da Bahia, Eric & Mateus e Edinho Santa Cruz se apresentaram para um público animado, que já havia aproveitado a gostosa tarde comendo pratos típicos brasileiros. Além do prefeito, estava também presente o eleito para comandar o Broward Sheriff Office, Scott Israel. “A expressiva presença da comunidade brasileira em Pompano Beach e a sua respectiva importância econômica para a cidade já pediam uma festa como esta há muito tempo. A prefeitura tem grande prazer e orgulho de participar dela como um dos seus patrocinadores, e temos certeza de que essa participação trará mais visibilidade para a nossa cidade também no Brasil”, disse Fisher.
Outras notícias
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