O republicano ultraconservador Roy Moore, de 70 anos, que concorre a uma vaga no Senado americano pelo Alabama está sendo acusado de abusar sexualmente de uma adolescente em 1979, segundo o jornal “The Washington Post”.
Além dela, outras três mulheres acusam o candidato de tê-las seduzido quando eram adolescentes entre 16 e 18 anos —nenhuma delas afirma ter sido vítima de violência sexual ou forçadas a terem relações com Moore.
Moore diz que as acusações são falsas e acusa a publicação de querer minar sua reputação antes da eleição, em 12 de dezembro. Membros do Partido Republicano já pediram sua renúncia se a denúncia for verdadeira.
“Essa publicação do Washington Post é um ataque à minha reputação, já que eles querem acabar com minha campanha política. Essas acusações são falsas e o jornal será processado”, disse Moore, à CNN.
Leigh Corfman, hoje com 53 anos, afirmou que viu Moore pela primeira vez enquanto esperava o fim da audiência em Etowah, no norte do Estado, que definiria sua guarda após a separação de seus pais.
O republicano tinha 32 anos e era assistente do promotor local. Ele foi responsável por cuidar da adolescente de 14 anos no julgamento. De acordo com a denunciante, foi nesta ocasião que Moore a convenceu de ir à casa dele.
Ela disse que foi beijada no primeiro encontro e que, no segundo, ele tirou sua roupa à força e a fez tocar em seu pênis enquanto ele estava só de cueca. “Nunca tinha colocado as mãos no pênis de um homem”, afirma a entrevistada.
Corfman não denunciou o caso à polícia. Assim como hoje, as leis do Alabama determinam o limite mínimo de 16 anos para o consentimento sexual, de modo que seria crime. O delito, porém, prescreveria após o prazo de três anos.
O republicano se casou cinco anos depois e está desde então com a mesma mulher, com quem teve quatro filhos. No mesmo período, ascendeu até se tornar presidente da Suprema Corte do Alabama, quando se tornou conhecido.
Suas principais medidas foram impedir a retirada de uma estátua dos Dez Mandamentos da Bíblia da frente da sede do tribunal máximo do Estado e retardar a aprovação da união civil e do casamento homossexual nos últimos anos.
A campanha chamou a reportagem de lixo e “uma perfeita definição de notícias falsas e difamação intencional”. “Não é surpresa, em uma corrida eleitoral com efeitos nacionais, que o Partido Democrata e o jornal mais liberal do país façam uma armação como essa.”