O governo do Reino Unido autorizou nesta sexta-feira (17) a extradição do jornalista australiano Julian Assange, fundador do portal Wikileaks, para os EUA. Assange está preso desde 2019 no presídio de Belmarsh, em Londres. Entre as inúmeras acusações que pesam contra ele estão espionagem e conspiração para obter documentos secretos do Estado americano. Uma vez extraditado, o homem de 50 anos de idade pode pegar uma pena de 175 anos de detenção.
Através do WikiLeaks, plataforma que ficou famosa em 2010, Assange publicou cerca de 700 mil documentos militares e diplomáticos sigilosos, principalmente sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão. Um dos vídeos mais explosivos exibidos no site mostrava soldados norte-americanos executando 18 civis de um helicóptero em Bagdá, em julho de 2007. Os documentos também revelaram abusos cometidos na base militar de Guantánamo e questionava a estratégia militar dos norte-americanos em diferentes cenários de guerra.
As informações teriam sido obtidas através do hackeamento de sistemas de informações confidenciais comandados pela Casa Branca na época. Como havia a revelação de identidades de indivíduos que cooperavam com os militares no Oriente Médio, oficiais norte-americanos afirmaram que a publicação do material colocava vidas em risco e o acusou de violar a Lei de Espionagem do país. Ele é procurado pelas autoridades de Washington desde 2012.
Antes de ser preso pela polícia britânica em 2019, Assange ficou asilado na embaixada do Equador durante sete anos da presidência de Rafael Correa. Quando o atual presidente equatoriano Lenín Moreno assumiu, ele retirou a proteção que seu antecessor havia concedido.
Agora, Assange tem 14 dias para recorrer da decisão de extradita-lo. Em última instância, ele pode levar seu caso para a Suprema Corte do Reino Unido. Se o pedido for negado, ele terá de que deixar o país de Boris Johnson até setembro.