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Rafaela Silva ganha o primeiro ouro para o Brasil

Judoca venceu Sumiya Dorjsuren da Mongólia, atual líder do ranking mundial; Rafaela saiu da Cidade de Deus, comunidade carente do Rio, para se tornar a melhor judoca que o Brasil já teve

Rafaela Silva ganhou a medalha de ouro no judô
Rafaela Silva ganhou a medalha de ouro no judô

O primeiro ouro do Brasil chegou agora há pouco pelas mãos da judoca Rafaela Silva. Ela é a nova campeã dos leves (57kg) do judô, após bater a mongol Sumiya Dorjsuren, atual líder do ranking mundial. Com informações do UOL.

Com o apoio da torcida que gritava sem parar e de sua família e amigos nas arquibancadas, Rafaela cresceu com a vibração do público e reverteu um histórico incômodo: em cinco lutas contra a asiática, tinha vencido apenas uma vez, no ano passado.

Aos 26 anos, Rafaela saiu da Cidade de Deus, a comunidade carente e violenta que ficou famosa com o filme de Fernando Meireles, para se tornar a melhor judoca que o Brasil já teve. Em 2013, ela foi campeã mundial, também em sua casa, no Rio de Janeiro. Nenhum outro judoca do país tem títulos olímpicos e mundiais. Sarah Menezes, Aurélio Miguel e Henrique Guimarães têm ouros olímpicos, mas nunca venceram Mundiais. João Derly (duas vezes), Tiago Camilo, Luciano Correa e Mayra Aguiar tem o Mundial, mas não o ouro olímpico.

A história da judoca começou em uma academia montada em sua rua, quando tinha oito anos e seus pais buscavam uma atividade para acalmar a menina brigona. O destino fez com que Geraldo Bernardes, o técnico de Flavio Canto, medalhista de bronze dos Jogos de Atenas-2004, se interesse pela garota. Ela foi treinar no Instituto Reação, que Bernardes e Canto criaram para ensinar judô em comunidades carentes.

Em 2008 o trabalho já dava resultado, com o título mundial sub-20. Em 2009, foi a melhor brasileira no Mundial de Roterdã, com um quinto lugar. Em Londres-2012, porém, ela quase deixou o esporte. Eliminada por tentar um golpe ilegal, ela foi bombardeada com mensagens racistas em redes sociais. Reagiu. Quando chegou no Brasil, queria abandonar o esporte.

A família, Bernardes, Canto e uma psicóloga não deixaram. No ano seguinte, ela já era campeã mundial e líder do ranking da Federação Internacional de Judô. Nos últimos três anos, subiu ao pódio em quase todos os torneios que disputou. A primeira medalha do judô na Rio-2016 não poderia vir de uma candidata melhor.

 

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