Vinte e dois governadores republicanos assinaram uma carta enviada ao presidente Joe Biden exigindo a retirada do plano de perdão das dívidas referentes aos empréstimos estudantis.
Na carta, enviada na segunda-feira (12), os governadores escreveram que eles “se opõem fundamentalmente ao plano de Biden por forçar os contribuintes americanos a quitar os débitos estudantis de uma elite”.
Os republicanos, incluindo os governadores do Texas, Greg Abbot, e da Flórida, Ron Santis, também afirmaram que o plano de Biden prejudicaria as famílias de baixa renda, com “trabalhadores menos qualificados financiando doutorados e mestrados de advogados, médicos e professores bem remunerados. Ou seja, seu plano recompensa os ricos e pune os pobres”.
No final do mês passado, Biden cumpriu uma promessa de campanha ao anunciar que cancelaria pelo menos $10,000 em débito estudantil para milhões de tomadores de empréstimo, assim como o total de $20 mil para os detentores de Pell Grants.
Embora a carta dos governadores argumente que a decisão recompensará os ricos, Biden restringiu o alcance de seu plano para ajudar aqueles mais necessitados, sobretudo as famílias de classe média e de baixa renda. Tomadores de empréstimos com renda inferior a $125 mil ou renda familiar de $250 mil ou menos são elegíveis para o perdão de $10 mil. E o alívio de débito de $20 mil é destinado a pessoas de renda bem baixa que contam com o auxílio dos Pell Grants.
“A educação é uma passagem para uma vida melhor. Mas, ao longo do tempo, esta passagem ficou cara para muitos americanos”, disse Biden em 25 de agosto. “O fardo é tão pesado que mesmo, se você se formar, pode não ter acesso à vida de classe média que um diploma de universidade fornecia anteriormente.”
Ativistas, alas progressivas do Partido Democrata, sindicatos e grupos liberais, porém, consideraram o auxílio baixo e pressionam Biden a conceder pelo menos $50 mil de alívio nos empréstimos estudantis.
Por outro lado, o anúncio de Biden gerou revolta entre muitos republicanos ao alegar que isto teria um impacto negativo na economia e entre aqueles que já pagaram seus débitos estudantis.
“No momento em que a inflação vai às alturas devido à agenda sem precedentes de impostos e gastos, o plano encorajará mais estudantes a tomar empréstimos com valores mais altos e isto elevará a inflação, impactando todos americanos”, disseram os 22 governadores republicanos na carta.
Em contrapartida, Biden argumentou em agosto que o plano era “economicamente responsável”, ao apontar para os reais benefícios para as famílias sem efeito significativo sobre a inflação.
Na carta, os governadores disseram ainda que o plano de perdão de dívidas estudantis de Biden está estimado em um total de $600 bilhões, com uma média de $2 mil para cada contribunte.
Mas estas estimativas têm flutuado entre os diferentes analistas. A Casa Branca disse que o plano custaria cerca de $240 bilhões, enquanto a Wharton School of University of Pennsylvania acredita que ficará entre $469 bilhões e $519 bilhões.
Essa é a lista de 22 governadores republicanos que assinaram a carta pedindo a retirada do plano de alívio do débito estudantil:
Alabama Gov. Kay Ivey
Alaska Gov. Mike Dunleavy
Arizona Gov. Doug Ducey
Arkansas Gov. Asa Hutchinson
Florida Gov. Ron DeSantis
Georgia Gov. Brian Kemp
Idaho Gov. Brad Little
Iowa Gov. Kim Reynolds
Maryland Gov. Larry Hogan
Missouri Gov. Mike Parson
Montana Gov. Greg Gianforte
Nebraska Gov. Pete Ricketts
New Hampshire Gov. Chris Sununu
North Dakota Gov. Doug Burgum
Ohio Gov. Mike DeWine
Oklahoma Gov. Kevin Stitt
South Carolina Gov. Henry McMaster
South Dakota Gov. Kristi Noem
Tennessee Gov. Bill Lee
Texas Gov. Greg Abbott
Utah Gov. Spencer Cox
Wyoming Gov. Mark Gordon