Estados Unidos

Especialistas alertam para o consumo cada vez maior de microplásticos, e dão dicas práticas para evitar riscos

Eles estão em todo lugar, mas dá pra diminuir a exposição.

Os microplásticos estão em todos os lugares e representam uma preocupação crescente no meio ambiente. Foto: Oregon State University

Os microplásticos são partículas minúsculas provenientes da degradação de plásticos maiores ou fabricadas diretamente em tamanho reduzido para uso em produtos como cosméticos. Essas partículas já foram detectadas em órgãos humanos, incluindo o cérebro e o sistema cardiovascular, o que tem alarmado especialistas. Segundo o Dr. Leonardo Trasande, pesquisador da NYU School of Medicine, “comemos e inalamos plástico todos os dias, além de absorvê-lo pela pele”.

O problema não está apenas nos próprios plásticos, mas também nos compostos químicos usados em sua fabricação, como ftalatos e bisfenóis, que podem interferir no sistema endócrino, responsável por funções essenciais como metabolismo e reprodução. Por isso, é importante reduzir o uso de plásticos, especialmente os identificados com os números 3, 6 e 7, considerados mais nocivos à saúde.

Esses números 3, 6 e 7 fazem parte dos códigos de resina usados para identificar diferentes tipos de plástico, e esses materiais apresentam maiores riscos devido à liberação de substâncias tóxicas: o número 3 (PVC) pode liberar ftalatos; o número 6 (poliestireno) está associado ao estireno, potencialmente cancerígeno; e o número 7 (outros) inclui plásticos como policarbonato, que pode liberar bisfenol-A (BPA), um disruptor endócrino. Esses plásticos são encontrados em itens como embalagens de alimentos, copos descartáveis, isopor e garrafas reutilizáveis.

Algumas dicas práticas incluem:

  • Evitar alimentos enlatados;
  • Não aquecer recipientes plásticos no micro-ondas nem lavá-los na lava-louças;
  • Preferir utensílios de vidro ou aço inox;
  • Manter a casa limpa, utilizando aspiradores com filtro HEPA e panos úmidos, para diminuir os microplásticos presentes no ar.

Embora o impacto dos microplásticos seja preocupante, Trasande acredita que há motivos para otimismo: “A mudança começa aos poucos. Consumidores querem materiais mais seguros, e a indústria já está inovando para substituir o plástico”. Pequenas mudanças nos hábitos podem fazer uma grande diferença tanto para a saúde quanto para o meio ambiente.

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