Carlos Wesley Esportes

Proposta de Copa do Mundo de 2030 com 64 seleções é oficializada

Conmebol quer convencer a Fifa de que aumento de participantes será “experiência única” na celebração do centenário, mas Uefa não apoia

Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol: “Ninguém deve ficar de fora da festa do centenário do Mundial” (Foto: Marcos Corrêa/Wikimedia)
Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol: “Ninguém deve ficar de fora da festa do centenário do Mundial” (Foto: Marcos Corrêa/Wikimedia)

Se você considera um exagero a participação de 48 seleções na Copa do Mundo da Fifa de 2026, que será realizada nos Estados Unidos, Canadá e México, prepare-se para saber o que os executivos do futebol estão planejando para 2030. Apresentada informalmente durante uma reunião do conselho da entidade máxima do esporte no início do ano, a proposta de ampliar a competição para 64 equipes foi oficializada agora pela Conmebol, a confederação sul-americana. Nunca é demais lembrar que o mundial daqui a cinco anos celebrará o centenário do torneio, com jogos em Marrocos, Portugal e Espanha, além das partidas inaugurais na Argentina, Paraguai e Uruguai.

“Estamos convencidos de que a comemoração de 100 anos da Copa do Mundo será algo único. Nossa proposta é que, uma única vez, 64 seleções participem desse aniversário, em três continentes simultâneos. O objetivo é que mais países tenham a oportunidade de viver essa experiência e que ninguém fique de fora dessa festa”, argumentou o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez. A Fifa já admitiu que vai estudar o assunto, mas a Uefa – a União das Associações Europeias de Futebol – é contrária à ideia do aumento de participantes.

Os dirigentes do Velho Mundo torcem o nariz para o projeto porque acreditam que a logística para o torneio será um desafio enorme. De fato, imagine lidar com deslocamentos, hospedagem e estrutura para acomodar tantas seleções e torcedores, em seis países e três continentes. Isso sem falar no nível técnico de algumas partidas: caso a participação na Copa obedecesse ao critério do ranking da Fifa (e não por eliminatórias por zonas continentais), correríamos o risco de assistir a partidas como Jamaica x Congo ou Burkina Faso x Jordânia.


Raphinha pode entrar para o rol de brasileiros artilheiros da Champions

Raphinha, na foto com o companheiro de equipe Lamine Yamal, é o artilheiro da Champions League
(Foto: La Liga/Wikimedia)
Raphinha, na foto com o companheiro de equipe Lamine Yamal, é o artilheiro da Champions League (Foto: La Liga/Wikimedia)

O atacante Raphinha está perto de repetir o feito de Romário, Jardel, Rivaldo, Kaká e Neymar:  o jogador do Barcelona pode ser mais um brasileiro a conquistar a artilharia da Champions League. Ele está no topo da tabela com 12 gols, o último deles marcado no jogo de ida das quartas de final da competição, contra o Borussia Dortmund, em que o time espanhol aplicou uma goleada e mostrou que é sério candidato ao título.

Raphinha já é o brasileiro com mais gols em uma edição no principal torneio de clubes do Velho Continente – e tem ainda sete assistências – e os recordes pessoais têm ajudado a ganhar terreno na disputa pela Bola de Ouro, o prêmio do melhor jogador de cada temporada. De acordo com os sites de apostas, ele é o favorito para essa corrida, superando Mbappé (Real Madrid).

O Barcelona, aliás, é o time sensação de 2025. Além do excelente desempenho na Champions, quase garantida na semifinal, a equipe catalã lidera com folga a La Liga (o campeonato espanhol), a oito rodadas do fim, e está na decisão da Copa do Rei, marcada para o dia 26 de abril, contra o maior rival, o Real Madrid. A torcida acredita piamente na Tríplice Coroa, o que aconteceu pela última vez há exatamente 10 anos (2014/2015), sob a liderança do trio MSN (Messi, Suarez e Neymar). Atualmente, ao lado do polonês Robert Lewandowski, Raphinha é um dos líderes do Barça, que possui uma legião de jovens talentos, como Lamine Yamal e Pedri.

De volta à artilharia da Champions, há quem aponte que o brasileiro tem até chances de superar a marca de Messi (o jogador do Barcelona com mais gols em uma edição do torneio, com 14) ou mesmo de Cristiano Ronaldo, que detém o recorde de 17 gols na competição de 2013/14.  Para isso, Raphinha teria ainda quatro partidas até a final, caso seu time passe das duas próximas fases. Ele costuma dizer que a conquista pessoal está em segundo plano, mas o feito ajudaria a melhorar a imagem deixada na última data Fifa, quando esteve no centro da polêmica do confronto contra a Argentina pela repercussão de suas declarações.


COLABORAÇÃO / No Ângulo do Gol / Leonardo Macedo @noangulodogol

Derrota acende o sinal amarelo do Flamengo na Libertadores

Filipe Luis poupou titulares, mas garantiu que a Libertadores é prioridade (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)
Filipe Luis poupou titulares, mas garantiu que a Libertadores é prioridade (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)

Quem conhece o futebol sul-americano sabe que a Libertadores é uma competição das mais traiçoeiras do mundo. Ela não perdoa desleixos, acomodações e tomadas de decisões equivocadas, sobretudo a de preservar jogadores.

O Flamengo sofreu na segunda rodada da fase de grupos uma derrota que envergonhou o seu torcedor. O algoz foi o Central Córdoba (que curiosamente não se localiza na cidade do mesmo nome e sim em Santiago Del Estero), que viveu uma noite mágica no Maracanã. Nem o mais otimista torcedor do clube deve ter imaginado que seus jogadores conseguiriam essa façanha.

Mas focando no Fla: no jogo que marcou o retorno de Pedro aos gramados após sete meses, Filipe Luís optou por deixar Pulgar, Gerson e Wesley no banco. Embora o Rubro-Negro perca bastante com a ausência desses três, a formação inicial com pelo menos sete titulares absolutos era o suficiente para bater o modesto time argentino.

O Flamengo começou mostrando o seu principal defeito na temporada que é a demasiada perda de gols e em diversos momentos com excesso de preciosismo, porém os argentinos logo provaram que tinham um plano de jogo e que, sem medo do Fla, levariam problemas quando fossem ao ataque. Rossi já precisou mostrar serviço no princípio da partida. E chamou a atenção a vulnerabilidade e principalmente a desatenção defensiva da equipe quando o Central Córdoba retomava a posse e partia em velocidade. Também preocupava quando o time argentino marcava sob pressão e fazia o Fla errar de forma displicente em saídas de bola. O 2 a 0 na etapa inicial para o Central surpreende, mas se olharmos friamente, no futebol tudo pode acontecer e para tudo há uma ou múltiplas razões.

Na segunda etapa, os três titulares que começaram no banco entraram de imediato no intervalo. Pior não ficaria, então o Fla partiu para a pressão total, enquanto o Central começava a gastar tempo com cera. De La Cruz, aos 15 minutos, descontou num lindo gol de falta. Mas os cariocas seguiram esbarrando numa noite terrível mesmo de seus jogadores mais decisivos. A bola na trave de Bruno Henrique no último lance provou que o jogo poderia estar rolando até agora que o empate não sairia.

O resultado liga inúmeros sinais de alerta ao Flamengo: em campo, a estreia contra o Táchira já foi ruim, e o segundo jogo foi ainda pior. O time precisa tratar a competição com seriedade ou será punido, como já foi por algumas vezes em sua história. Que José Boto aprenda a lição que Jorge Jesus aprendeu. Lembremos que o “Mister” fez o mesmo na ida contra o Emelec em 2019 e foi muito criticado. Se for para poupar jogadores, que comece com os titulares para depois substituí-los. Por fim, a tabela indica que o Fla terá que obter sucesso nos dois próximos jogos como visitante ante LDU de Quito e Central Córdoba, sob risco da situação se complicar no grupo.

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