A partir do ano que vem, os moradores do condado mais populoso do estado da Flórida poderão ter uma carteira de identidade própria, medida que beneficiará os residentes menos favorecidos, dizem seus promotores. A informação é do Public News Service.
O Miami-Dade County Board of Commissioners (câmara de vereadores) aprovou por unanimidade a iniciativa, e ordenou um estudo para seu custo e viabilidade. A carteira vai custar menos que a de motorista ou a ID estadual. Não requer prova de cidadania americana e o endereço poderá ser um abrigo municipal, o que vai beneficiar vítimas de violência doméstica e os sem-teto.
Francesca Menes, coordenadora política da Florida Immigrant Coalition, disse ao PNS que a ID estadual é muito difícil de ser obtida por determinados segmentos da população.
“A variedade de documentos necessários para se ter essa identidade é grande, ao ponto de muitos não terem recursos para reuni-los ou mesmo porque não os têm”, disse Menes. “Assim, estamos trabalhando num novo tipo de documento, ligado a diversos serviços no condado.”
Há quem não goste da ideia de estender certos benefícios a pessoas sem documentos, afirmando que a ID do condado é um desperdício de dinheiro público. A carteira poderá ser usada para se ter acesso a bibliotecas, abrir contas no banco, obter cartões de crédito, comparecer às reuniões municipais e dar parte na polícia. Tudo circunscrito ao condado de Miami-Dade.
Para a comunidade transgênera, diz Menes, a nova ID terá um benefício adicional – respeito.
“Normalmente, nas identidades oficiais o sexo é definido como sendo aquele com que você nasceu, e não pelo que você escolheu”, diz. “A ID proposta permite que as pessoas digam o sexo como querem ser classificadas, ao contrário da prática oficial, que define o que as pessoas podem ser ou não.”
A cidade de Aventura, no condado de Broward, já tem sua própria carteira de identdade. O programa proposto em Miami terá como modelo um sistema semelhante implantado em New York em janeiro.