Uma professora da Flórida foi afastada do ensino médio depois de supostamente ameaçar “atirar em alguns alunos”. Segundo um relatório do incidente obtido pelo Crisis in the Classroom (CITC), que identifica a professora Ashlee Renczkowski como uma mulher trans, ela foi chamada ao escritório do orientador da Fox Chapel Middle School, em Spring Hill, em 24 de março, após comentar com a vice-diretora que estava tendo “pensamentos ruins”.
A professora, que atualmente passa por terapia hormonal, teria ficado chateada ao descobrir postagens dos alunos nas redes sociais criticando sua transição de gênero. A vice-diretora da escola, junto com a orientadora Kimberly Walby, relatou ao School Resource Officer (SRO) que Renczkowski falou que “queria atirar em alguns alunos porque eles não estavam cumprindo seus deveres”. De acordo com o relatório, a professora imediatamente se corrigiu e disse a Walby que “nunca faria mal aos alunos”.
Após entrevista com o SRO, a professora foi entrevistada por um conselheiro distrital de saúde mental e enviada para casa. Segundo o relatório, nem o SRO nem o conselheiro de saúde mental acreditavam que Renczkowski representava uma ameaça iminente para si ou para os outros. Portanto, ela não foi detida sob a Lei Baker. Naquela noite, porém, a polícia local obteve uma ordem judicial temporária para recolher três armas de fogo e munições da casa da professora.
Alguns dias depois, Renczkowski foi autorizada pelo distrito a retornar à sala de aula. Os pais dos alunos da Fox Chapel Middle School só foram informados do caso um dia antes da reunião do Conselho Escolar, em 11 de abril, por meio de uma mensagem eletrônica de voz. A ligação veio mais de duas semanas após o incidente. Os pais exigiram saber por que não haviam sido notificados antes pelo Distrito.
O Superintendente do Conselho Escolar, John Stratton, respondeu dizendo que tanto o Distrito quanto o Gabinete do Xerife do Condado de Hernando investigaram e consideraram que os alunos não corriam perigo. Stratton disse que permitiu que a professora voltasse à sala de aula depois de apenas alguns dias de folga enquanto a investigação ocorria. Ele não forneceu detalhes sobre como a investigação do Distrito foi conduzida ou se envolveu uma avaliação profissional de saúde mental.
Menos de 48 horas depois, em 13 de abril, Stratton enviou uma carta aos pais e professores da Fox Chapel afirmando que novas informações haviam sido fornecidas pelo Gabinete do Xerife, levando ao afastamento da professora da sala de aula. Mas, segundo apurou o jornal local Hernando Sun, todas as informações coletadas pelo Gabinete do Xerife foram documentadas em 25 de março. “Isso demonstra que a ‘nova informação’ a que Stratton se refere no relatório estava disponível há algum tempo”, concluiu o jornal.
Alguns acreditam que a razão mais provável para Stratton mudar de ideia em relação ao status da professora estava relacionada a uma declaração do Departamento de Educação da Flórida (FDOE). Na sexta-feira, 14 de abril, o FDOE divulgou um comunicado em sua conta no Twitter que dizia: “No início desta semana, o Departamento foi informado sobre uma situação relacionada à segurança dos alunos em uma escola no condado de Hernando. Após o Departamento levar a preocupação ao Superintendente na noite de quarta-feira, só então o distrito retirou a professora da escola, a partir de ontem, quinta-feira, 13 de abril. Portanto, a professora não está mais na escola”.
Na noite de segunda-feira, 17 de abril, mais de 500 pessoas assinaram uma petição online buscando a remoção do Superintendente Stratton, bem como outros membros do conselho escolar local. “Nós, abaixo assinados, exigimos que este assunto seja levado a sério e que, além da remoção dos funcionários do Distrito Escolar do Condado de Hernando e dos funcionários eleitos, uma investigação do FDLE seja conduzida para determinar o escopo do ‘encobrimento’ sobre o que ocorreu na Fox Chapel Middle School. Os pais do Condado de Hernando perderam toda a confiança no Distrito Escolar para levar a sério a segurança de seus filhos e, devido ao ‘encobrimento’ que tecnicamente ainda está em andamento, exemplos precisam ser dados para evitar que isso aconteça novamente”, concluiu a petição.