Os procuradores-gerais de Maryland, Brian Frosh, e do Distrito de Colúmbia, Karl Racine, apresentaram na segunda-feira (12) uma denúncia contra o presidente Donald Trump por supostamente violar a Constituição americana ao aceitar milhões de dólares de governos estrangeiros em pagamentos para suas empresas. As informações são do G1.
Em coletiva de imprensa em Washington, Racine disse que o processo foi aberto em um tribunal federal por “flagrante violação” de Trump das leis do País contra a influência do dinheiro de interesses estrangeiros ou nacionais.
Eles consideram que “nunca antes” um presidente tinha tido uma conjunção tão grande de interesses econômicos dos quais não se desvinculou, o que põe “a democracia em risco”.
Frosh, por sua vez, afirmou que esperam que eventualmente os tribunais ou o Tribunal Supremo criem precedente e determinem por lei que Trump deve fazer mais para se desligar dos seus negócios, o que já fez renunciando de todas as responsabilidades na Trump Organization.
Trump transferiu o controle de seu conglomerado empresarial aos seus dois filhos, Donald Jr. e Eric, para evitar possíveis conflitos de interesses durante o tempo em que ocupar a presidência.
No entanto, Racine e Frosh consideram que Trump “quebrou muitas promessas de manter em separado o seu dever público dos seus interesses dos negócios privados, incluindo receber atualizações regulares sobre a saúde financeira da empresa”.
Se um juiz federal permitir que o caso proceda, um dos primeiros passos será pedir cópias das declarações fiscais de Trump — que ele se negou tornar públicas até agora — para conhecer até onde vão seus negócios no exterior.
Os dois procuradores-gerais consideram que Trump está violando as cláusulas da Constituição, já que alguns governos, como o saudita, estão “adoçando” as relações com a Casa Branca mediante a despesa de milhares de dólares nos hotéis de Trump, como o Trump International Hotel, muito perto da Casa Branca e no centro de Washington.
Trump considera que sua saída dos postos de responsabilidade da Trump Organization e o seu compromisso de não falar de negócios com os filhos eram suficientes para evitar conflitos de interesses.