Uma embarcação precária com 96 imigrantes do Haiti foi interceptada pela Guarda Costeira na manhã desta quarta-feira (19) a cerca de 20 milhas à leste do mar de Boca Raton. Homens, mulheres e crianças viajavam há sete dias amontoados em um barco de 40 pés de comprimento na tentativa de chegar aos Estados Unidos, disseram as autoridades. O grupo teria saído de Porto Príncipe e não tinha água nem comida. Eles foram resgatados e serão deportados.
No mesmo dia, outro barco sobrecarregado de imigrantes, desta vez cubanos, também foi barrado tentando entrar clandestinamente em Key West. Adam Hoffner, do U.S Boarder Patrol, disse que eles estavam exaustos, não usavam sapatos, e descreveram a jornada como perigosa. Todos serão mandados de volta para Cuba.
“Nas últimas 24 horas nós respondemos a 11 desembarques de imigrantes em Florida Keys”, destacou Hoffner. De acordo com ele, o governo da Flórida está recrutando oficiais de outros estados para ajudar na fiscalização.
Desde o dia 1 de outubro até agora, o número de imigrantes ilegais detidos na costa do estado aumentou 450% na comparação com o mesmo período de setembro, segundo a Patrulha da Fronteira. Entre os haitianos interditados o número saltou de 1.500 para mais de sete mil no último mês.
Apesar dos altos riscos da jornada pelo mar, a expectativa das autoridades é de que as prisões continuem a aumentar. A falta de serviços humanos básicos tanto no Haiti como em Cuba, de acordo com os agentes, são os principais motivos alegados por eles para saírem dos seus países.
“Eles estão dispostos a arriscar suas vidas para vir para os Estados Unidos”, disse Hoffner. A maioria usa barcos caseiros para fazer a travessia pelo mar, sem nenhuma segurança. No trajeto, eles enfrentam tempestades, naufrágios, ficarem perdidos e até ataques de tubarões.
Durante a passagem do furacão Ian no último mês, ao menos 18 cubanos foram resgatados no mar após o pequeno barco em que eles estavam virar. Sete morreram. “As condições de mar traiçoeiras, não arrisque”, não venham, alertou a autoridade.