O presidente Donald Trump recebeu o presidente do Brasil Jair Bolsonaro na Casa Branca, em Washington D.C., na tarde desta terça-feira (19). Depois de uma reunião fechada, com direito à troca de camisas da Seleção Brasileira e de um time dos EUA, os líderes concederam uma entrevista coletiva nos jardins da Casa Branca.
Trump parabenizou Bolsonaro mais uma vez pela “tremenda vitória” nas eleições presidenciais. “Um desafio verdadeiramente incrível, mas o resultado final era algo que o mundo inteiro estava falando”, disse Trump, acrescentando que espera que os dois “tenham uma relação de trabalho fantástica”.
Trump afirmou que Bolsonaro, que tem sido chamado de “Trump dos Trópicos” e compartilha muito de sua opinião, “e nós certamente nos sentimos muito fiéis um ao outro.”
Os dois presidentes falaram sobre a crise na Venezuela, sobre a Otan, relações comerciais e base espacial em Alcântara, no Maranhão. Trump ainda elogiou o filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, que estava entre os jornalistas e pediu para que ele se levantasse. “Parabéns pelo ótimo trabalho que tem feito”.
Ao lado de Bolsonaro, Trump voltou a afirmar que todas as opções estão abertas para uma solução para a crise na Venezuela. Perguntados por jornalistas sobre a possibilidade de uma intervenção militar, Bolsonaro afirmou ainda que existem questões ligadas ao tema que não serão divulgadas por razões estratégicas. “Certas questões, se você divulgar, deixam de ser estratégicas. Essas questões são observadas e podem ser discutidas, se não já não foram, mas não podem se tornar públicas, obviamente”, disse Bolsonaro.
Em seu discurso, Trump agradeceu ao Brasil por ter permitido o uso de suas fronteiras para o oferecimento de ajuda humanitária para a Venezuela. O americano disse ainda que apoiará o ingresso do Brasil como um grande parceiro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), ou até mesmo como um integrante da aliança, “o que seria um grande avanço na segurança dos nossos países. Nossas nações querem proteger seus cidadãos do terrorismo, de crimes transnacionais, do tráfico de drogas e armas, além do tráfico humano”.
Expectativas
Durante o encontro, Bolsonaro mencionou sua satisfação por se reunir com Trump. “É uma satisfação estar nos Estados Unidos, depois de algumas décadas de alguns presidentes antiamericanos, o Brasil mudou a partir de 2019.”
Bolsonaro disse que a reunião com Trump é significativa para brasileiros e norte-americanos. Segundo ele, ambos têm muito em comum.
“Temos muito a conversar e muita coisa a oferecer para os bem dos nossos povos. Tenho muita coisa em comum com o senhor Trump. Isso é para mim motivo de orgulho e satisfação. Ele quer uma América grande e eu quero um Brasil grande. A partir deste momento o Brasil estará mais do que nunca engajado com os nossos Estados Unidos.”
Questionado se em algum momento imaginou que se reuniria com Trump, Bolsonaro respondeu: “É um milagre estar vivo”.
Ao fim da declaração e da coletiva de imprensa, ambos os presidentes saíram juntos, um do lado do outro, rumo de volta ao salão oval. Em determinado momento, Bolsonaro colocou a mão nas costas de Trump em um gesto de educação para que seguisse em frente no caminho. Trump passou primeiro pela porta com Bolsonaro imediatamente atrás. (Com informações da CNN, UOL e Agência Brasil).