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Presidente do México declara “pausa” nas relações com a embaixada dos EUA

Irritado com as críticas a uma proposta de reforma judicial, o presidente do México declarou “uma pausa” nas relações com a embaixada dos Estados Unidos

Ingerência de Ken Salazar na política interna do México faz presidente dar uma “pausa” à Embaixada dos Estados Unidos (Foto: Governo do México)
Ingerência de Ken Salazar na política interna do México faz presidente dar uma “pausa” à Embaixada dos Estados Unidos (Foto: Governo do México)

A declaração de Andrés Manuel López Obrador foi feita depois de o embaixador dos EUA, Ken Salazar, ter criticado publicamente a sua tentativa de reformar a Constituição do país, que prevê a eleição, e não a nomeação, de juízes para o poder judicial do país.

“Como é que vamos permitir que o embaixador, com todo o respeito, porque isto não é uma discussão entre inimigos, mas como é que vamos permitir a opiniãio dele sobre o que estamos a fazer é mau? disse López Obrador numa conferência de imprensa na terça-feira (27).

O conflito diplomático ocorre no momento em que López Obrador também enfrenta uma grande greve judicial, com juízes de todo o país recusando-se a trabalhar em oposição à sua proposta de reforma. Na terça-feira, os juízes do Supremo Tribunal do México suspenderam as suas sessões em solidariedade com os protestos.

Salazar classificou a proposta de reforma como “um grande risco” para a democracia do maior parceiro comercial dos Estados Unidos.

“Com base na minha experiência de vida a apoiar o Estado de direito, acredito que a eleição direta popular de juízes é um grande risco para o funcionamento da democracia mexicana”, afirmou Salazar numa declaração publicada no site de mídia social X em 22 de agosto. O debate em torno da eleição direta de juízes “ameaçará a relação comercial histórica que construímos”, afirmou.

No ano passado, o México ultrapassou a China como o maior parceiro comercial dos Estados

López Obrador também disse que iria suspender as relações com a embaixada do Canadá na Cidade do México, na sequência de críticas oficiais desse país.

A proposta de reforma constitucional no México permitiria que os juízes – incluindo os juízes do Supremo Tribunal – fossem eleitos por voto popular.

Claudia Sheinbaum, a presidente eleita, afirmou apoiar a reforma e disse que inclui medidas de proteção contra a corrupção e a inexperiência, incluindo um comitê que garantirá àqueles que desejam concorrer a um cargo judicial estejam qualificados para a tarefa.

Os juízes mais importantes do México discordam.

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