O jovem maestro Dante Henrique Mantovani, de 35 anos, foi nomeado presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), substituindo o pianista de música erudita Miguel Proença, reconhecido internacionalmente. A função principal da instituição é implantar políticas de desenvolvimento e fomento às artes em geral, como música, dança e teatro. Ao assumir o cargo (a nomeação constou do Diário Oficial de 2 de dezembro), ele levou para o órgão algumas controvérsias.
Especialista em Filosofia Política e Jurídica, mestre em Linguística, Mantovani mantém um canal no YouTube, no qual faz vídeos sobre música e responde perguntas dos seguidores. Em alguns deles, faz afirmações que estão provocando polêmica nas redes sociais. Em outubro, por exemplo, postou um vídeo dizendo que o “rock ativa as drogas, que ativam o sexo livre, que ativa a indústria do aborto, que ativa o satanismo”, acusando astros da música pop de manipular as massas a favor do socialismo e contra o capitalismo. E começa seu discurso fazendo a junção da escola de Frankfurt com o pensador Adorno e os Beatles.
Em outro ponto, afirma que agentes soviéticos entraram infiltrados no festival de Woodstock para distribuir LSD aos jovens, com intuito de contribuir para a indústria do aborto. Segundo ele, com a percepção alterada pela droga os jovens teriam comportamentos de liberdade sexual, engravidariam como consequência e abortariam em seguida, contribuindo para esse ciclo sem fim influenciado pelo rock and roll.
“Isso vai longe, mas vou tentar sintetizar… A indústria do aborto, por sua vez, alimenta uma coisa muito mais pesada, que é o satanismo. O próprio John Lennon disse abertamente, mais de uma vez, que ele fez um pacto com o satanás… Isso é demonismo, satanismo, bruxaria… E veio aí os Beatles na esfera da música popular para poder implantar a maravilhosa sociedade comunista… Eu sei que muitas pessoas gostam, mas não vou deixar de falar aquilo que identifico como verdadeiro”, disse o presidente da Funarte no vídeo.