Com um dos custos de vida mais altos de toda a Flórida, a cidade de Miami Beach não é um lugar em que dê para viver ganhando pouco. Ciente disso, o prefeito da cidade, Phillip Levine, vem propondo que a hora trabalhada suba dos atuais $8.05 (pagos em todo o Estado) para $13.31.
A proposta se apoia em uma emenda constitucional aprovada na Flórida em 2004. Ela prevê que o salário mínimo (ou seja: o valor pago por hora trabalhada) tenha aumento anexado ao crescimento da inflação. Isso significa que o salário mínimo no Estado pode sofrer reajustes sem precisar de maiores batalhas legislativas. À época da aprovação da emenda, por exemplo, o salário mínimo no Estado era de $6.15. Chegou aos $8.05 atuais devido à inflação ocorrida nesses quase 10 anos.
Caso Levine consiga reajustar o salário dos trabalhadores de Miami Beach, a cidade será a primeira na Flórida a aproveitar um dos apontamentos previstos na medida, que afirma que governos locais tem o direito de estabelecer seus salaries mínimos.
A ideia do politico é fazer uma subida gradual da remuneração. O primeiro reajuste seria realizado em julho de 2017, quando a hora trabalhada subiria para $10.31. Reajustes anuais seriam, então, postos em pratica, chegando aos $13.31 em fevereiro de 2020.
“Temos recebido críticas frequentes de nossos residentes de que está ficando inviável trabalhar e viver em Miami Beach devido a gastos com aluguel, transporte e demais necessidades básicas”, disse.
Em abril, um estudo conduzido pela empresa de análise de mercado WalletHub, e noticiado pelo AcheiUSA, informou que a média de salário anual pago em Miami não é suficiente para dar uma “vida confortável” ao trabalhador.
Segundo o estudo, um individuo tem de ganhar $77,057 ao ano (algo como $6,4 mil ao mês). A realidade da maioria da população da cidade, contudo, está bem distante disso: a renda média per capita em Miami não ultrapassa os $30,9 mil anuais (ou $2,5 mil ao mês).
A análise levou em conta fatores como média de aluguel residencial na cidade e custo de vida. O salário anual de $38,9 mil da apenas para pagar as contas de uma vida “confortável”, sem direito a luxos como idas a restaurantes e viagens, por exemplo.