Imigração

Portugal encerra ‘Visto Gold’ levando imigrantes endinheirados para a Grécia

O término do programa português tem levado migrantes interessados em "visto por investimento" para a Grécia; país é o terceiro destino preferido de americanos ricos

Em fevereiro deste ano, Portugal anunciou o encerramento do ‘Visto Gold’, visto de residência concedido a estrangeiros que comprassem imóveis acima de 500 mil euros ou que tivessem pelo menos 1,5 milhão de euros para transferir para o país, entre outras regras. O término do programa, que beneficiou muitos brasileiros endinheirados, visa conter a crise habitacional que atingiu o país nos últimos anos. A medida tem levado migrantes a buscar o “visto de ouro” em outro país europeu: Grécia. Desde 2022, o país vem atraindo um número recorde de pessoas interessadas em seu programa de “residência por investimento”, que concede autorização de residência de cinco anos a indivíduos que investem um mínimo de US$ 250 mil em imóveis no país.

Segundo o Ministério de Asilo e Migração grego, o visto dedicado a investidores teve um salto de 1,525 em 2021 para 2.767 no ano passado. Em 2023, a expectativa é de um número muito maior, considerando que outros países europeus como Espanha e Irlanda resolveram seguir o exemplo de Portugal e congelar seu programa de visto Gold.

Desde 2014, os cidadãos chineses são os principais candidatos ao programa de visto Gold na Grécia, respondendo por 63% de todas as inscrições. Mas um novo grupo de investidores está aumentando no país: americanos ricos. Os pedidos de cidadãos americanos com alto patrimônio líquido aumentaram 740% apenas em 2021, de acordo com a empresa de imigração de investimento Astons, posicionando a Grécia como o terceiro destino preferido de “residência por investimento” dos americanos, depois de Portugal e do Reino Unido.

Olympia Anastasopoulou, secretária-geral para política e desenvolvimento do turismo no Ministério do Turismo da Grécia, disse que a tendência não surpreende, dado o grande apelo que o país já tem entre os turistas. “Em comparação com esses outros países, temos uma vantagem competitiva”, disse Anastasopoulou à CNBC Travel. “Temos um custo de vida mais baixo, um ótimo clima o ano todo e estamos expandindo o programa conforme necessário”, disse.

A Grécia já anunciou que dobrará seu limite mínimo de investimento para US$ 500 mil a partir de maio, aproximando-o de programas semelhantes em outros países europeus. Segundo Anastasopoulou, a medida serve para “proteger o mercado imobiliário local e os jovens do país”. Mas acrescentou que as mudanças estariam abertas à reavaliação e adaptação potencial.

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