O veganismo é um modo de vida baseado numa perspectiva ética, pela qual se escolhe evitar o sofrimento animal, da alimentação a qualquer forma de consumo ou entretenimento.
Desde o início da história da humanidade, filósofos pré-socráticos, a exemplo de Pitágoras (séc. VI a.C.), já incentivavam o respeito a todas as formas de vida que habitam a Terra conosco. Razão pela qual, o filósofo é conhecido como o Pai do Vegetarianismo, assim como a alimentação vegana é também chamada de Dieta Pitagórica.
Pitágoras reprovava o sacrifício de animais e associava o seu consumo à própria prática do canibalismo humano. A sua condenação se dava por motivos místicos, mas também por razões morais. (PEQUENO, 2020)
Mas por que escolher o veganismo como um estilo de vida?
Embora Pitágoras e diversos outros filósofos já tenham estimulado o amplo respeito aos animais, o termo surgiu na década de 60 quando os membros da The Vegan Society consideraram necessário conceituar veganismo refinando o seu objetivo para além da alimentação, cuja definição permanece assim até hoje:
Veganismo é uma filosofia e um modo de vida que busca excluir–na medida do possível e praticável–todas as formas de exploração e crueldade contra os animais para alimentação, roupas ou qualquer outro propósito; e, por extensão, promove o desenvolvimento e uso de alternativas livres de animais para o benefício de humanos, animais e meio ambiente. Em termos dietéticos, denota a prática de dispensar todos os produtos derivados total ou parcialmente de animais.
Observamos que a principal razão de ser vegano é baseada numa escolha ética, por se entender que nenhuma vida merece sofrer para que nós humanos possamos nos alimentar, nos vestir ou nos entreter. Mas os benefícios sociais, ambientais e para a saúde também têm tido influência para muitos adeptos do veganismo.
De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira, são diversos os motivos que levam os indivíduos a se tornarem vegetarianos:
1. Ética: São abatidos mais de 10 mil animais terrestres por minuto no Brasil para produzir carnes, leite e ovos. Os animais são sencientes (capazes de sofrer e sentir prazer e felicidade), por isso a escolha vegetariana é uma escolha de não compactuar com a exploração, confinamento e abate destes animais.
2. Saúde: De acordo com inúmeros estudos científicos – cada vez mais frequentes e publicados por instituições idôneas –, o consumo de carnes está diretamente associado ao aumento do risco de doenças crônicas e degenerativas como diabetes, obesidade, hipertensão e alguns tipos de câncer.
3. Meio ambiente: dentre outras razões, segundo a ONU, o setor pecuário é o maior responsável pela erosão de solos e contaminação de mananciais aquíferos do mundo. A Organização estimou que cerca de 14,5% das emissões de gases do efeito estufa oriundas de atividades humanas têm origem no setor pecuário.
4. Sociedade: A produção de alimentos através da atividade pecuária não é apenas ambientalmente degradante, mas também contribui significativamente para o desperdício global de alimentos, uma vez que são consumidos de 2 a 10 Kg de proteína vegetal (por exemplo, soja) para produzir apenas 1 Kg de proteína de origem animal. Em um mundo com 1 bilhão de pessoas que passam fome, jogar toda essa comida no lixo é socialmente inaceitável. Ademais, o setor pecuário concentra a maior parte da mão-de-obra escrava rural brasileira.
Segundo alguns estudos, a principal motivação de adoção do vegetarianismo é a ética, seguido da motivação de saúde e, em menor proporção, de outras motivações.
Há inúmeras comprovações científicas acerca dos benefícios da dieta vegana para a saúde humana, recomendo o documentário Dieta Dos Gladiadores (https://gamechangersmovie.com) para quem deseja aprofundar nesse tema. Quanto aos impactos ambientais, sociais e na vida animal, os documentários Cowspiracy (https://www.cowspiracy.com) e Seaspiracy (https://www.seaspiracy.org) são ótimas indicações.
Vida vegana na prática!
Como vegana há quase quatro anos (desde 20/06/2018), advogada, autora, mestranda em filosofia pela UFPB e triatleta “nas horas vagas”, posso confirmar que o veganismo não atrapalhou meus desempenhos e, pelo contrário, tem realmente auxiliado para uma alta performance na vida acadêmica, profissional e pessoal.
No meu Instagram @taiaradesiree (https://www.instagram.com/taiaradesiree/), compartilho um pouco do meu lifestyle e como de viver o princípio da “não violência” proporciona tantos benefícios emocionais, deixando-nos mais leves e felizes, repercutindo positivamente em todos os aspectos das nossas vidas.
Uma dieta vegana não lhe faz melhor ou pior do que outras pessoas, mas, com certeza é um passo muito positivo na vida de quem deseja êxito em diversos campos. Considerar o valor intrínseco de todas as formas de vida e de tudo que há na natureza é um dos atos mais nobres que podemos praticar.
Impactos positivos do veganismo
De acordo com o App Cowculator, a cada ano, 150 bilhões de animais são mortos desnecessariamente para consumo humano. E a cada dia de dieta vegana, você pode salvar uma (1) vida animal além de contribuir consideravelmente para a preservação da natureza, salvando 4.164 litros de água, 20 kg de grãos, 2,8 m2 de florestas e 9 kg de CO2.
Nos meus 3 anos, 7 meses e 22 dias como vegana (desde 20/06/2018), eu pude salvar 5.546.385 litros de água, 27.188 Kg de grãos, 3.712 m2 de florestas, 12.084 Kg de CO2 e 1.332 vidas animais.
Ser vegano é um ato de amor e respeito. Nenhuma vida precisa sofrer para sermos felizes. Dê um passo nessa direção e se permita conhecer os benefícios desse estilo de vida que vem transformando o mundo.
Taiara Desirée
Autora, advogada, jornalista, palestrante e empreendedora.
Design Para Sustentabilidade pelo Gaia Education e criadora do Bloguesia.
www.taiaradesiree.com
Fontes:
https://www.bloguesia.com/single-post/a-filosofia-e-os-direitos-dos-animais-não-humanos
https://www.vegansociety.com
https://www.svb.org.br/vegetarianismo1
https://gamechangersmovie.com
https://www.cowspiracy.com
https://www.seaspiracy.org
https://www.instagram.com/taiaradesiree/
