Um estudo da Florida International University em parceria com o instituto Bonefish & Tarpon Trust, com sede em Miami, descobriu que o redfish, um dos peixes comerciais mais populares do estado, está contaminado por drogas farmacêuticas. A pesquisa teve início no verão do ano passado e coletou amostras de sangue e tecidos de 113 redfishes em Northern Indian River Lagoon, Pensacola, Apalachicola, Cedar Key, Tampa Bay, Charlotte Harbor, St. Augustine e Jacksonville. Noventa e quatro por cento continha produtos farmacêuticos em seus organismos em quantidade acima da considerada segura.
Entre as drogas detectadas estavam haloperidol e flupentixol, usadas para tratar esquizofrenia e psicose, além da cafeína, presente em 43% dos exemplares estudados. Os medicamentos chegam até os peixes através das estações de tratamento de água.
A situação, segundo os estudiosos, representa mais uma ameaça para a espécie, do que para os humanos que consomem os peixes. A cafeína, de acordo com os biólogos, faz com que os animais se movam de forma lenta e irregular, além de causar deformações esqueléticas. Outras drogas provocam a infertilidade e a perda de reflexos. Já um humano “teria que comer 48 mil filés de redfish para equivaler a uma dose completa de haloperidol”, destaca a pesquisa.
O estudo também joga luzes sobre o sério problema da contaminação dos oceanos por águas residuais humanas. “É meio invisível. Nós não vemos isso, mas estamos medicando nossa vida selvagem”, disse Kellie Ralston, vice-presidente de conservação da Bonefish & Tarpon Trust, ao jornal Sun Sentinel.
De acordo com Ralston, embora a Flórida esteja fazendo esforços para converter sistemas sépticos em tratamento de esgoto, “há oportunidades adicionais de melhoria, ao adaptar as estações com tecnologias inovadoras, como filtragem com ozônio, para remover produtos farmacêuticos da água.
