Claudio Silva é acusado de ser um dos integrantes de uma quadrilha que traz imigrantes ilegalmente para os EUA
Joselina Reis
Até agora, segundo informações do DHS, Cláudio Silva seria o responsável por pelo menos dois casos de barcos vindos das Bahamas trazendo imigrantes indocumentados. Os referidos barcos foram interceptados pela polícia este ano, um em fevereiro e outro em junho.
Nessas duas operações, três brasileiros foram presos por ajudarem a quadrilha. São eles: os motoristas Lúcio Martins e Célio Silva, que ajudaram no caso em fevereiro, e o capitão do barco apreendido em junho, o brasileiro Alcidemar Alves dos Santos, de 66 anos. Eles podem ser condenados até 10 anos de prisão e depois deportados.
O DHS está investigando ainda a possível participação de Claudio e sua quadrilha na tentativa mal sucedida de trazer ilegais brasileiros para a Flórida no último dia 1º de julho. Devido ao mau tempo o barco virou próximo à Ilha de Saint Marteen, no Caribe, e três pessoas, sendo dois brasileiros, morreram.
De acordo com Max Whitney, o DHS chegou até Claudio Silva depois de uma denúncia de um brasileiro de Governador Valadares, também vítima da quadrilha. O brasileiro que delatou Claudio, dando inclusive o endereço da sua casa aos policiais, havia sido preso ao tentar entrar nos Estados Unidos, mas Claudio Silva teria comunicado aos seus familiares na cidade mineira que ele estaria bem e aproveitou a oportunidade para extorquir mais dinheiro da família. Ao sair da prisão, o valadarense tomou ciência do acontecido, investigou o caso por contra própria, encontrou Claudio e o entregou ao departamento de imigração.
Max Whitney conta que os passageiros brasileiros presos nos barcos interceptados em fevereiro e junho na Flórida confirmaram a descrição e o nome de Claudio Silva como um dos chefes da quadrilha. Desde a apreensão do primeiro barco em fevereiro, a polícia americana procurava os integrantes da quadrilha e, em abril, as fotos de Claudio e do barco usado no transporte dos brasileiros foram divulgadas pelo jornal AcheiUSA.
Cada brasileiro que contratava a quadrilha tinha que pagar $15 mil pelo “serviço de transporte” até o território americano, sendo que parte do pagamento era feito antecipado, ainda no Brasil, e o restante seria feito após a chegada nos EUA. Em caso de serem presos, a última parcela do pagamento era automaticamente cancelada. No entanto, em alguns casos, membros da quadrilha no Brasil ameaçavam os familiares para que eles convencessem os parentes presos nos presídios americanos para que não delatassem os integrantes do grupo de traficantes.
O centro de operações da quadrilha está localizado em Governador Valadares (MG). De acordo com as informações oferecidas pelos brasileiros à polícia, a quadrilha levava as pessoas para São Paulo, depois para o Panamá, em seguida para as Bahamas, onde ficavam até um mês aguardando o melhor momento de fazer a travessia de barco até a costa da Flórida. Durante esse período, os brasileiros, não podiam ter nenhum contato com a família e tinham seus celulares apreendidos.
No barco interceptado pela polícia em fevereiro deste ano, um casal de Minas Gerais ofereceu à polícia americana as primeiras provas contra a quadrilha. O casal conseguiu fazer fotos de pessoas envolvidas e locais onde a quadrilha mantinha os imigrantes usando um celular.
Stuart
Um outro barco teria sido apreendido na manhã de quinta-feira (11) ao aportar na praia em Stuart, cidade distante 66.5 milhas ao norte de Deerfield Beach. Segundo Max Whitney, o barco trazia vários imigrantes, sendo que dois fugiram e um número não identificado de pessoas conseguiu escapar. A redação do Jornal AcheiUSA contatou a assessoria de imprensa do Border Patrol Police em busca de mais informações, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.