Agentes federais começaram na madrugada desta quinta-feira (09/02) a maior operação contra emigração ilegal já feita no país. A operação, batizada de Cegonha, acontece nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará e Tocantins. Os agentes deixaram as sedes da Polícia Federal nestes locais às 4h30m. Ao todo são 18 mandados de prisão e oito de busca. Quinze pessoas já foram detidas.
A quadrilha falsifica diversos documentos, inclusive certidões de nascimento, para criar vínculo de crianças com pessoas chamadas de “cegonhas”, que são encarregadas de levá-las para os Estados Unidos e serem entregues a pretensos familiares que residem ilegalmente naquele país.
Os integrantes da quadrilha serão indiciados por formação de quadrilha, falsidade ideológica e por tráfico de crianças. As penas podem chegar a 14 anos de reclusão.
Policiais federais conduziram para o Rio um policial militar do Batalhão Florestal de Teresópolis e sua mulher que estavam em um prédio de luxo, no bairro Santa Rosa, em Barra Mansa, no Sul Fluminense, acusados de tráfico de crianças para os Estados Unidos. Também foi detida uma pessoa em Cordeiro.
O casal não teve o nome revelado. O PM seria a segunda pessoa de uma quadrilha chefiada por uma moradora de Salvador-BA. Outras unidades da Polícia Federal que também participam da Operação Cegonha, estão cumprindo 16 mandados de prisão em outros seis estados onde a quadrilha tem ramificações. No apartamento do PM, que confessou os crimes em que é acusado, os policiais federais encontraram oito certidões de nascimento de crianças em que ele aparece como pai. Os documentos facilitavam o embarque das crianças para o exterior.
No Rio de Janeiro, os agentes já prenderam cinco pessoas para ouvir depoimentos.
Segundo a Polícia Federal em dois anos pelo menos cem crianças foram levadas para o exterior, suspeitando-se que em alguns casos tivessem sido para retirada de órgãos.