O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, Alexandre de Moraes, determinou na sexta-feira (14) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareça à Polícia Federal no prazo de 10 dias para responder a perguntas sobre um dos inquéritos que apuram os atos de 8 de janeiro em Brasília. Bolsonaro é investigado no caso que apura os autores intelectuais e os incitadores dos atos.
O pedido da outiva partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR) poucos dias depois dos atos, mas não havia sido apreciado pelo ministro porque Bolsonaro estava nos Estados Unidos desde 30 de dezembro. Com seu retorno ao Brasil no último dia 30 de março, foi possível a realização da diligência requerida pela PGR.
Bolsonaro passou a figurar na investigação por causa de uma publicação feita em seu perfil no Facebook em 10 de janeiro, quando estava em Orlando. Na ocasião, ele contestou o resultado eleitoral e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não teria sido eleito pelo povo. O post foi apagado horas depois.
A PGR argumentou na ocasião que a conduta do ex-presidente deveria ser investigada, mesmo tendo sido feita depois de 8 de janeiro. A MPF apoiou a decisão afirmando que, ao fazer a publicação questionando a regularidade das eleições, Bolsonaro teria feito incitação pública à prática de crime. Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes considera o depoimento de Bolsonaro indispensável ao completo esclarecimento dos fatos investigados.