Brasil

Pesquisadores vão criar soro contra vírus zika

Instituto Vital Brazil e a Universidade Federal do Rio de Janeiro vão desenvolver o soro que deve ficar pronto em três anos

DA REDAÇÃO (com Agência Brasil) – Uma parceria firmada entre o Instituto Vital Brazil, laboratório do governo do Rio, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) irá desenvolver um soro contra o vírus zika. A previsão é que o soro fique pronto em até três anos para o tratamento de pessoas infectadas pelo vírus.

O diretor científico do Vital Brazil, Cláudio Maurício de Souza, disse que a expectativa é que o soro funcione da mesma forma que o soro antirábico. “A ideia é que, uma vez sendo administrado em um paciente com o vírus zika, ele `o soro` vai reconhecer as partículas virais, vai se ligar na capa protetora dessas partículas promovendo a sua inativação”.

“A gente acredita que esse soro vai ser uma ferramenta terapêutica bastante útil, que vai ajudar bastante na proteção da gravidez das mulheres no Brasil”, disse o diretor.

De acordo com o presidente do instituto, Antônio Werneck, uma vez aplicado o soro em grávidas, tão logo seja confirmado o diagnóstico da doença, poderá evitar que o vírus entre em contato com o feto e evitar a microcefalia, uma malformação que afeta o tamanho adequado da cabeça do recém-nascido. O Ministério da Saúde confirmou 230 casos de microcefalia no país causados pelo vírus zika.

O vírus zika é transmitido pelo mosquito aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue. Os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em até sete dias.

A doença se assemelha com a dengue por ter sinais semelhantes, como febre, manchas pelo corpo com coceira, dor de cabeça e nas articulações, enjoo e dores musculares. Em alguns casos, o paciente pode apresentar olhos vermelhos. Antes de chegar para uso humano, o soro será testado em animais.

Números
Os casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus zika subiram de 3.530 para 3.893, de acordo com informações divulgadas na quarta-feira (20) pelo Ministério da Saúde. O dado atualizado considera os casos desde 22 outubro de 2015, quando começou o monitoramento de microcefalia no Brasil, até 16 de janeiro deste ano.

Dos 3.893 casos notificados, o Ministério da Saúde informou que 230 tiveram confirmação de microcefalia, outros 282 foram descartados. Os demais 3.381 casos continuam em investigação.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, apontou que o número de casos confirmados e descartados é semelhante. “Isso ainda não é uma projeção, mas serve como referência para entender o que está acontecendo”, afirmou.

A microcefalia é um quadro em que bebês nascem com o cérebro menor do que o esperado (perímetro menor ou igual a 32 cm) e que compromete o desenvolvimento da criança em 90% dos casos. As causas exatas do surto no Brasil ainda estão sendo investigadas, mas há fortes evidências de que o zika vírus tenha relação com o surto.

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