Apenas em julho Ambev e Brasil Kirin anunciaram que investirão, cada uma, R$ 400 milhões na região
Fábrica da Ambev em Itapissuma. Latas com bandeira de Pernambuco e imagem do Palácio do Campo das Princesas em homenagem à inauguração
DA REDAÇÃO (com Folha de S.Paulo) – Enquanto muitas empresas repensam seus negócios em meio à severa crise que assola o Brasil, a indústria da cerveja decidiu apostar em Pernambuco, levando para o Estado investimentos que devem chegar a R$ 1,9 bilhão até 2020.
Atraídas por incentivos fiscais, localização estratégica e baixo custo da mão de obra, as líderes Ambev, Grupo Petrópolis e Brasil Kirin, que têm 90% do mercado, reforçaram a presença no polo cervejeiro de Itapissuma e Igarassu, na Grande Recife.
Ao lado da Bahia, Pernambuco tem recebido os mais novos projetos do setor no Nordeste –a região tem o segundo maior mercado de bebidas e responde por 23% da produção, segundo a CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja). A localização de Pernambuco, mais central dentro do Nordeste do que a Bahia, também favorece a distribuição para o mercado na região.
Líder de vendas, a Ambev comunicou ao governo pernambucano que investirá R$ 400 milhões nos próximos dois anos para ampliar sua fábrica em Itapissuma, hoje com capacidade de produzir 8 milhões de hectolitros/ano. A unidade será a primeira do Nordeste a produzir as long necks Budweiser, Stella Artois e Skol Senses e a importar a Corona. No local, já são produzidas as principais marcas da cervejaria, como Skol, Antarctica, Brahma, Guaraná Antarctica e Soda.
Também neste mês, a Brasil Kirin, dona da Schin e Devassa, concluiu a ampliação da sua fábrica em Igarassu, no valor de R$ 400 milhões, e anunciou mais R$ 500 milhões para as próximas etapas, previstas até 2020. Às margens da BR-101, a fábrica irá abastecer, além de Pernambuco, os Estados da Paraíba, do Rio Grande do Norte, de Alagoas e do Ceará.
Em abril, a Itaipava inaugurou nova fábrica, em cerimônia com o ex-presidente Lula. A unidade, a segunda do Grupo Petrópolis no Nordeste, recebeu R$ 600 milhões.
Um dos atrativos do Estado é o Prodepe, programa de incentivos fiscais do governo pernambucano, que concedeu crédito presumido de 85% do ICMS às cervejeiras.