O Inspetor Geral do Departamento de Justiça norte-americano, Glenn Fine, confirmou que o Pentágono vai conduzir uma auditoria em um contrato de $ 400 milhões firmado recentemente entre a Casa Branca e uma companhia de engenharia e construção civil. O governo selecionou a empresa Fisher Sand & Gravel para erguer 31 milhas do polêmico muro na fronteira, promessa de campanha do presidente Donald Trump, no trecho do Condado de Yuma, no Arizona. Mas, segundo os críticos, a escolha foi influenciada por integrantes da atual administração.
Um dos pontos a serem auditados é se a empresa, com sede no estado de Dakota do Norte, apresenta os requisitos exigidos no contrato. De acordo com informações, o valor do acordo é exorbitante e a empresa jamais havia participado de uma licitação pública antes. Outro fato que chamou a atenção é que o principal executivo da Fisher Sand & Gravel, Tommy Fisher, fez uma grande doação ao Partido Republicano nas últimas eleições – e muitos políticos intercederam em favor da companhia.
“Devido aos vários endossos de Republicanos à Fisher Sand & Gravel e ao dinheiro dos contribuintes que está em jogo, estou preocupado com um possível tráfico de influência nesta questão”, afirmou o deputado Democrata Bennie Thompson, do Mississippi, que escreveu uma carta ao Departamento de Justiça solicitando a auditoria. Para ele, há muitos pontos obscuros na negociação, inclusive o atraso na proposta enviada pela Fisher Sand & Gravel durante o processo licitatório.
Em resposta aos questionamentos de Thompson, o inspetor geral reconheceu a urgência do pedido e prometeu auditar detalhes do contrato, sem definir a data em que o relatório será divulgado. O presidente Trump foi um dos Republicanos que fizeram pressão para que a empresa de Dakota do Norte recebesse um contrato do governo, através de menções em reuniões sobre o assunto. Por sua vez, Fisher, através de um comunicado, garantiu que tudo foi feito dentro da lei e que a auditoria não vai encontrar nada de errado.