Dados divulgados pelo U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) mostram que apenas 425 dos 32.309 detidos foram testados para o coronavírus em todo o País. Desse total, 60% está com a COVID-19. Os números obtidos pelo Miami Herald junto ao ICE mostram que apenas 1.32% dos detentos foram testados.
“A prioridade do ICE é a saúde e segurança de quem está detido sob nossa responsabilidade. Os detentos estão sendo monitorados e testados de acordo com as diretrizes do CDC e em conformidade com as recomendações do Estado e profissionais de saúde”, disse o ICE em comunicado.
Na quarta-feira (22), um juiz federal de Miami recomendou que o ICE reduza substancialmente a população carcerária em três centros de detenção no Sul da Flórida, que concentra a maior parte dos casos do coronavírus na Flórida.
O juiz Jonathan Goodman entregou ao Estado um documento com 69 páginas solicitando que o governo se esforce para parar a proliferação do coronavírus dentro dos centros de detenção.
“Aqueles que se qualificam para o regime semiaberto, monitoramento via telefone, check-ins ou monitoramento por GPS devem ser liberados”, afirma o juiz.
“Para eliminar qualquer confusão, este [relatório] tecnicamente não exige que o ICE libere ninguém. O documento requer que o ICE realize uma revisão interna em um esforço de boa-fé para libertar um número substancial de detidos”, acrescentou Goodman. “Portanto, a ICE não estaria violando uma ordem se recusasse ou não conseguisse libertar detidos nos três centros. Esse resultado hipotético seria terrivelmente decepcionante e extremamente angustiante, e minaria o espírito dessa [ordem]”, pontua o juiz.
Militantes das causas imigratórias afirmam que o ICE deveria libertar mais de 90% dos presos que estão em duas dependências. “O ICE está violando normas federais agrupando presos e não respeitando o distanciamento social entre eles. Milhares de detidos apresentaram sintomas e nada está sendo feito”, denuncia uma das entidades. (Com informações do Miami Herald)