O New York Cosmos, clube com sede em New Jersey, em que Pelé encerrou sua carreira, lamentou nesta quinta-feira (29), a morte do astro do futebol: “A família do New York Cosmos, do passado e do presente, lamenta a perda do ícone do esporte”, escreveu o time em seu website, completando: “Seu impacto duradouro no futebol é inestimável. Descanse em paz, Rei”.
Pelé ja tinha anunciado sua aposentadoria, no Santos, em 1974, quando surgiu a proposta de integrar a equipe americana. Especula-se que, na época, as finanças do craque não iam muito bem, e o contrato milionário no Cosmos, que pertencia à gigante Warner, fez o atleta ‘despendurar as chuteiras’.
A biografia “Pelé: A Importância do Futebol “, publicada em 2013, descreve o momento em que ele recebeu a visita de seu contador . “Ele estava pálido, parecia que ia desmaiar. Eu sabia que algo estava errado, então fiz uma piadinha: quantos milhões ainda temos?”.
O craque embarcou para o Tio Sam, onde jogou ao lado do alemão Franz Beckenbauer e do italiano Giorgio Chinaglia, entre outros nomes. A ideia era montar uma equipe imbatível, capaz de popularizar o esporte no país do beisebol e do basquete. Nas mais de 100 partidas disputadas pelo Cosmos, Pelé marcou com 64 gols. Os jogos na sede do clube atraiam em média 34 mil torcedores por partida, que assistiam empolgados ao futebol arte do brasileiro. A final da campeonato, em 1977, contra o Fort Lauderdale Strikers, registrou público superior a 77 mil pessoas no Giants Stadium, além de uma enorme audiência na CBS, que detinha o direito de transmissão dos jogos.
O futebol não emplacou os EUA, mas Pelé sim. Nos três anos em que viveu no pais, 1975-1977, o mineiro de Três Corações foi celebridade. Até mesmo o então presidente Ronald Reagan se rendeu ao brasileiro em uma cerimônia na Casa Branca, quando proferiu a célebre frase: “Meu nome é Ronald Reagan, sou o presidente dos Estados Unidos da América. Mas você não precisa se apresentar, porque todo mundo sabe quem é Pelé”.
Em 1º de outubro de 1977, o Rei se despediu do Cosmos em um amistoso contra o Santos em que atuou um tempo em cada equipe. Pelé morreu nesta quinta-feira (29), vítima de um câncer. Após o anúncio de seu falecimento, painéis da Times Square se iluminaram em homenagens à majestade dos gramados, que não dominava bem o idioma inglês, e se limitou a dizer três palavras em sua despedida do time estadunidense: ” Love, love, love”.
Leia o comunicado do New York Cosmos na íntegra:
“A família New York Cosmos, do passado e do presente, lamenta a perda do ícone esportivo Pelé. A lenda brasileira faleceu hoje aos 82 anos.
Nascido Edson Arantes do Nascimento na cidade de Três Corações, Pelé se tornaria uma das figuras mais celebradas do mundo. Ele estreou no futebol profissional com o Santos aos 15 anos e viria a marcar mais de mil gols e vencer a Copa do Mundo da FIFA três vezes antes de completar 30 anos.
Em 1975, Pelé ingressou no New York Cosmos e ajudou a popularizar o futebol nos Estados Unidos. O Rei presenteou os fãs com vários momentos lendários em campo, incluindo a vitória no NASL Soccer Bowl de 1977.
Durante três temporadas no Cosmos, Pelé ajudou a transformar o cenário nacional do futebol. Onde antes havia campos de beisebol, agora também havia campos de futebol. O Cosmos e seu Rei não apenas iniciaram uma revolução esportiva na América, mas também viajaram pelo mundo para espalhar o Evangelho do Belo Jogo, representando a cidade mais global do mundo no jogo global, deixando um legado esportivo duradouro na Índia, China e Japão, onde suas visitas continuam sendo uma parte apreciada da tradição esportiva local.
Seu último jogo como jogador de futebol profissional foi disputado em 1º de outubro de 1977, diante de uma multidão com ingressos esgotados no Giants Stadium e uma audiência global de televisão. Pelé jogou um tempo cada pelos dois únicos clubes que representou, Santos e New York Cosmos.
O nome de Pelé será para sempre sinônimo de arte e genialidade esportiva. Seu impacto duradouro no futebol é inestimável. Descanse em paz, ó Rei”