O ativista dos direitos LGBTQ e ex-promotor federal, Malcolm Lazin, entrou com um pedido no Comitê de Ética da Câmara de Representantes dos Estados Unidos para investigar a legitimidade do casamento entre o deputado George Santos e uma brasileira. O matrimônio ocorreu em 2012 e durou sete anos. O documento elaborado por Lazin e obtido pelo jornal The New York Times não afirma que houve uma farsa; mas apresenta detalhes que sugerem que o casal levava vidas separadas, incluindo o fato de que Santos namorava homens enquanto esteve casado.
Durante o período de campanha eleitoral, o então candidato que se elegeu sobre a bandeira do movimento gay, não rmencionou a suposta união heterossexual do seu passado aos eleitores. Quando o caso veio à tona, ele disse em uma entrevista concedida em dezembro à revista City & State, que não era abertamente gay quando se casou. “Eu era jovem e estávamos apaixonados”, disse. O relacionamento teria durado vários anos e acabou quando ele decidiu se assumir. “Eu me libertei e a libertei [ a então esposa]”, declarou.
Entretanto, um ex-namorado do parlamentar identificado como Pedro Vilarva, contou que Santos o pediu em casamento em 2014, somente dois após ter firmado o compromisso com a brasileira. Ele disse que o casal viveu junto por vários meses, mas se separou quando Vilarva descobriu que o republicano estava sendo processado no Brasil por fraude financeira.
George Santos é cidadão americano nascido em New York, de pais brasileiros. Seu casamento garantiu o green card à esposa em julho de 2016. Em agosto de 2022, já separada, ela concluiu a cidadania e, somente um mês depois, em outubro, entrou com uma petição para patrocinar um green card para seu novo marido, que também é brasileiro. Este processo, segundo apurou o The New York Times, ainda está pendente. Apesar das inúmeras tentativas da imprensa, a ex-mulher do deputado não quis comentar o assunto.
Caso fique comprovado que o parlamentar se casou para garantir status migratório legal para a esposa, ele pode pegar até cinco anos de prisão, e a ex-mulher perder a cidadania e ser deportada.