Um número crescente de pessoas vindas de países do leste europeu, da Índia, China e América do Sul, como o Brasil, tem atravessado a fronteira do México à procura de uma vida melhor nos Estados Unidos. Esses imigrantes costumam chegar com recursos suficientes para se deslocar dentro do país e assim não precisam ficar em abrigos perto da divisa.
Famílias de países distantes chegam com seu próprio dinheiro e cartões de crédito. Além disso, têm mais instrução do que aqueles que vêm da América Central, segundo informações do jornal AZ Central, do Arizona. Até então, a maioria vinha da América Central, principalmente da Guatemala, El Salvador e Honduras, países conhecidos como Triângulo do Norte, atormentados por altíssimos índices de pobreza, corrupção e violência. “Há pessoas diferentes chegando e parece que elas não precisam de nossa ajuda”, contou o pastor Angel Campos, da igreja hispânica Iglesia Monte Vista, em Phoenix, lembrando que chegou a socorrer mais de cinco mil pessoas.
As detenções de famílias pelo Border Patrol chegaram a 473.682 no ano fiscal de 2019, aumento de 342% quando comprado aos 107.212 apreendidos em 2018. Desse total, 92% eram do Triângulo Norte e do México. Com relação aos imigrantes das outras partes do mundo, foram 37.132, ou seja, um aumento de 25 vezes em relação às 1.442 do ano passado.
O Border Patrol não especifica dados sobre apreensões de famílias por nacionalidade, o que dificulta saber quantos vêm de outros países da América Latina e de outros continentes, os “extracontinentais”. As famílias migrantes podem permanecer na América enquanto o pedido de asilo estiver pendente, processo que pode levar anos. Já os adultos solteiros são deportados ou mantidos em centros de detenção até que seus casos sejam decididos.