O futebol é uma caixinha de surpresas. De tão batido, este ditado passou a ser ironizado por todos que acompanham o nobre esporte bretão. Realmente, isto se torna ainda mais verdadeiro quando o torneio é disputado no Sistema eliminatório, popularmente conhecido como mata-mata. Basta uma jornada apagada da equipe favorita, um lance infeliz de um jogador ou um equívoco da arbitragem para surgir a chamada “zebra” – onde o underdog (como usam os americanos) supera o adversário que reúne melhores condições.
Aliás, ampliando o conceito isto ocorre também em outros esportes, sobretudo no futebol americano. Lembro de um ano no qual o poderoso New England Patriots da dupla de ouro Bill Belichik e Tom Brady venceu todos os jogos da temporada regular em 2007 e passou por todas as etapas até chegar ao Superbowl, onde foi derrotado pelo New York Giants por 17 a 14. Ou seja, perdeu o jogo mais importante, aquele que atraiu atenção do mundo inteiro. Foi justo? Certamente não. Mas é disto que o esporte se alimenta. Das polêmicas, das injustiças, dos grandes feitos, de campanhas heroicas.
Voltando ao futebol brasileiro. O período de férias dos jogadores profissionais (dezembro e início de janeiro) foi preenchido por especulações, rumores e contratações. Muitas contratações. Os destaques ficaram por conta de Palmeiras e Flamengo – os clubes mais ricos do Brasil. O Verdão manteve sua espinha dorsal (pode perder o meia Bruno Henrique para o futebol chinês) e ainda se reforçou pontualmente. O Mengão, por sua vez, investiu pesado ao trazer nomes como Gabigol, De Arrascaeta, Bruno Henrique e Rodrigo Caio (e pode contratar Rafinha do Bayer de Munique).
Além dos “ricos”, outros também se mexeram. Corinthians se reforçou com três centroavantes: o argentino Boselli, Vagner Love que retorna ao Brasil vindo do futebol turco, e Gustagol, que estava emprestado ao Fortaleza e foi a grande sensação da equipe cearense na Série B. Ainda tirou o meia Ramiro do Grêmio e o volante Richard do Fluminense e o zagueiro Manoel do Cruzeiro. São Paulo, o terceiro integrante do Trio de Ferro, quer sair do incômodo jejum. Por isto, repatriou o ídolo Hernanes, e ainda contratou o atacante Pablo, do Athletico, o goleiro Tiago Volpi, do Querétaro do México, os laterais Igor Vinicius (ex-Ponte Preta) e Léo Pelé (ex-Fluminense), o atacante Biro Biro (ex-Fluminense) e o volante William Farias, que veio do Vitória, de Salvador.
Em Minas Gerais, o Atlético-MG se reforçou com uma dupla de zaga de respeito vinda do futebol carioca: Igor Rabello (ex-Botafogo) e Réver (ex-Flamengo), que volta ao antigo ninho. Por falar em jogador que retorna, a equipe está querendo novamente o atacante Diego Tardelli e também o argentino Gustavo Bou, além do lateral Jorge, revelado pelo Flamengo que está no futebol francês. E ainda pode ter o paraguaio Romero que deixaria o Corinthians trocado por Luan. O Cruzeiro, por sua vez, contratou Rodriguinho, que fez sucesso no Corinthians, e Dodô, da Roma que estava emprestado ao Santos.
No sul do país, o Grêmio perdeu Marcelo Grohe para o futebol árabe e trouxe Julio Cesar do Fluminense para a posição. Trouxe ainda o colombiano Montoya (ex-Cruz Azul do México) para o meio campo, juntamente com Rômulo, vindo do Flamengo, e Felipe Vizeu, revelado pelo Fla que estava no futebol italiano. O Internacional não deixou por menos. Chegara ao clube do Beira Rio: meio-campistas Mateus Galdezani (ex-Coritiba, que se lesionou gravemente em um treino) e Valdivia (ex-Al Itihad, ídolo da torcida), lateral direito Bruno (ex-Bahia), volante Lindoso (ex-Botafogo) e os atacantes Neilton (ex-Vitória) e Trellez (ex-São Paulo). A cereja do bolo é o retornado do centroavante Paolo Guerrero, livre da suspensão por doping.
Mas e os “patinhos feios”?
Note o leitor que nada foi dito sobre os “patinhos feios”: Santos, Fluminense, Vasco da Gama e Botafogo. Com exceção do Bota, que faz uma campanha decepcionante na Tacá Guanabara, os outros têm motivos para sorrir.
Vamos analisar um a um.
– Santos
O clube luta com uma dívida incômoda, tem pouco dinheiro e sua torcida é a quarta do estado de São Paulo. Para piorar, perdeu vários titulares como Dodô, Bruno Henrique, Robson Bambu, Renato (que se aposentou e agora é dirigente do clube) e também perdeu o técnico Cuca, que decidiu não continuar. A partir daí, a diretoria radicalizou. Contratou o polêmico Jorge Sampaoli, ex-técnico das seleções do Chile e da Argentina e do Sevilla da Espanha. Ele sentiu o clima de desmanche e reclamou, porque o Alvinegro praiano perdia jogadores e não estava contratando ninguém. Ele passou então a sugerir nomes e assim chegaram o venezuelano Soteldo, vindo do Huachipato-Chile, o zagueiro colombiano Aguilar, que atuava no Atlético Nacional-Colômbia, o goleiro Everson (ex-Ceará) e o atacante Lucas Braga, disputou a Série B pelo Luverdense. Para surpresa geral, o time deu liga, com destaque para os meias Jean Mota e o uruguaio Carlos Sanchez e o atacante paraguaio Derlis Gonzalez. Assim é a única equipe do Paulistão com 100% de aproveitamento (não estamos computando o resultado da partida contra o Bragantino disputada na quinta feira, 31 de janeiro).
– Fluminense
Assim como o Santos, o Tricolor carioca apostou em um técnico com conceitos ousados. Fernando Diniz, apontado por muitos como o “Guardiola” brasileiro, fez um bom trabalho no Audax, clube de Osasco, na Grande São Paulo. Entretanto, não conseguiu repetir o mesmo sucesso em outros clubes. Agora, com carta branca no Flu, vem apostando nos jovens e tem obtido resultados surpreendentes. Tanto que a equipe já está classificada para as semifinais da Taça Guanabara, usando a mesma base do ano passado que nas mãos de Marcelo Oliveira namorou com o rebaixamento e reforçando-se com as revelações de Xerém e com nomes de pouca expressão como o zagueiro Mateus Ferraz (ex-América-MG), os ex-cruzeirenses Ezequiel (lateral) e Bruno Silva (volante), o meia Caio Henrique (ex-Paraná) e o atacante Mateus Gonçalves (ex-Sport). A grande contratação do Fluminense este ano pode ser a vinda do meia Ganso, cujo passe pertence ao Sevilla da Espanha e estava emprestado ao Amiens da França.
– Vasco da Gama
A manutenção do técnico Alberto Valentim no comando do Vasco da Gama surpreendeu muita gente. Afinal, o Cruzmaltino só não caiu para a Série B por milagre e ficou em ultimo lugar entre os clubes que permaneceram na Série A. A diretoria, porém, manteve o treinador e isto até agora vem se revelando uma decisão acertada. O Vascão é o único time carioca com 100% de aproveitamento na Taça Guanabara e agora disputa com o Flu a liderança do Grupo B para fugir do confronto com o Flamengo na primeira rodada das semifinais. É bem verdade que o clube contratou bastante, mas são nomes com pouco apelo no Mercado futebolístico, com exceção do meia Bruno César, que veio do Sporting de Lisboa. Antes disto, ele havia atuado bem no Corinthians e mal no Palmeiras. Além dele foram contratados os volantes Felipe Bastos (ex-Corinthians), Lucas Mineiro (ex-Chapecoense), o meia Yan Sasse (ex-Coritiba), os laterais Claudio Winck (ex-Inter) e Danilo Barcelos (ex-Atlético-MG) e o atacante Rossi, que também trocou o Beira Rio pelo Gigante da Colina.
Claro que ainda é muito cedo para dizer que esses três times se tornarão as sensações da temporada. Na verdade, tudo indica que não. Eles possuem elencos menos qualificados e isto pesa decididamente nas fases mais agudas das competições quando lesões e cartões começam a se acumular prejudicando as montagens das equipe. Por ora, porém, vamos curtir o bom futebol praticado pelos “patinhos feios”.
Brasil admite favoritismo na Copa Davis
Com a decisão de um novo formato da Copa Davis para 2019, o Brasil acabou beneficiado, uma vez que disputaria o Zonal Americano e acabou puxado direto para o classificatório, valendo vaga na fase final. O adversário poderia ser dos mais complicados, uma vez que a Bélgica vem de vices em 2015 e 2017. No entanto, os três melhores tenistas do país – David Goffin, Steve Darcis e Ruben Bemelmans – ficaram de fora da convocação e colocaram os brasileiros como favoritos.
Sim, favoritos. Mesmo vindo de uma dura derrota para a Colômbia em 2018, o Brasil dessa vez conta com o fator casa – jogará em Uberlândia, em Minas Gerais – e terá os principais jogadores do país à disposição. O capitão João Zwetsch admite que seu time entra em melhores condições, mas pede para que isso tudo seja esquecido ao entrarem em quadra na sexta-feira (1º).
“Primeiro momento do confronto, com a equipe belga completa, existia um certo favoritismo para o lado deles. Com esse time que veio equilibrou bastante. A gente tem um certo ‘favoritismo’, muito por estar jogando em casa também. Mas, a gente sabe que Copa Davis é uma coisa que a gente não pode contar muito com isso, com essa situação. São jogos que na grande maioria são decididos com atitude, coração, garra e empenho. E isso que a gente está contando. Boa preparação para estar mentalmente focado. E todo mundo já sabe muito bem, a equipe tem experiência suficiente para saber o que é confronto de Copa Davis. É sempre diferente do que a gente enfrenta no circuito”, disse Zwetsch.
Número 1 do Brasil e 107 do mundo, Thiago Monteiro é o tenista mais bem ranqueado incluindo as duas equipes. Vivendo um bom momento após o título em Punta del Este, na última semana, o cearense ainda está animado por jogar pela primeira vez em frente ao público brasileiro na Copa Davis. Nos último cinco confrontos, ele foi chamado, mas disputou jogos fora de casa – contra Bélgica, Japão, Colômbia, Equador e República Dominicana.
Outro que se mostrou animado com o confronto foi Rogério Dutra Silva. O paulista não vinha fazendo parte da equipe nos últimos dois anos e retorna justamente em um duelo que acontecerá no país. Rogerinho, que foi campeão em quadra dura este ano, no Challenger de Playford, celebrou as condições de jogo encontradas no Ginásio do Sabiazinho, para poder estar em um bom nível de tênis.
Completam a equipe, os duplistas mineiros Marcelo Melo (7º) e Bruno Soares (9º). O campeão juvenil do US Open, o paranaense Thiago Wild (530º) é o quinto convocado e ficará na reserva.
Brasil e Bélgica disputam o classificatório do novo formato da Copa Davis nos dias 1 e 2 de fevereiro, no Ginásio Sabiazinho, em Uberlândia. O vencedor do confronto avança para a fase final, realizada em novembro, em Madri, e que vai contar com 18 equipes na disputa.
Djokovic e Osaka, rei e rainha do Australian Open
Novak Djokovic é o grande campeão do Aberto da Austrália 2019! O sérvio número 1 do mundo venceu no domingo (27) o duelo com Rafael Nadal (2º) por 3 sets a 0, com parciais de 6-3, 6-2 e 6-4, em 2h04 de jogo e confirmou o sétimo título no Grand Slam australiano, tornando-se o maior campeão da história do torneio.
Naomi Osaka é campeã do Aberto da Austrália. A japonesa de 21 anos superou a tcheca Petra Kvitova por 2 sets a 1, com parciais de 7-6, 5-7 e 6-4 no sábado (26), e garantiu o título do primeiro Grand Slam do ano e também assumiu a primeira posição do ranking da WTA. É a primeira vez que uma asiática assume a liderança no ranking da WTA.