Não é de hoje que ativistas de imigração denunciam que agentes do U.S. Customs and Border Protection (CBP) rondam as estações de ônibus Greyhound na Flórida. Nesta sexta-feira (16), o jornal Miami Herald trouxe mais uma reportagem com denúncia de indocumentados que foram interceptados nos ônibus.
Segundo a denúncia, agentes estão fiscalizando estações desses ônibus nos condados de Miami-Dade e Broward, pedindo aos passageiros documentos que provem que estão legais nos Estados Unidos.
O CBP respondeu ao Miami Herald confirmando as operações.
“O U.S. Border Patrol faz inspeções constantes próximos às fronteiras para prevenir crimes de tráfico de pessoas, contrabando e outras atividades criminosas que colocam a segurança da comunidade em risco. Nossos agentes trabalham juntamente com as polícias locais para garantir a segurança em nossas fronteiras”, afirma o comunicado.
A advogada de imigração Tammy Fox-Iscoff disse que uma de suas clientes, natural das Filipinas, foi presa há três semanas na estação de ônibus de Miami. “Pediram à minha cliente provas de seu status no País antes mesmo de o ônibus sair da rodoviária. Ela se recusou a informar e foi detida. Ela ainda está presa no Broward Transitional Center em Pompano Beach”, relatou a advogada. “Os agentes sabem que indocumentados têm medo de viajar de avião e optam por ônibus. Isso é muito conhecido do ICE e do CPB”, completa.
Vale lembrar que agentes do CBP não precisam de mandados de busca e apreensão para questionar um imigrante porque estão próximos da fronteira (até 100 milhas de distância).
Quando imigrantes não apresentam green card ou passaporte com visto, os agentes os levam imediatamente para serem questionados e em seguida os entregam para o U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE).
Os advogados de imigração lembram que pessoas que tenham processos na Imigração, portadores de green card, turistas com visto válido, têm que carregar provas de status. É a lei prevista no Immigration and Nationality Act.
A operadora de ônibus Greyhound afirma que não trabalha junto com o CBP e nem apoia essas ações. “Não podemos impedi-los de cumprir a lei, apensar de não concordar com essas operações”.