Histórico

Parlamentar republicano diz que não haverá reforma imigratória este ano

Ex-integrante do Grupo dos Oito dá por encerrado debate sobre a legalização dos indocumentados

DA REDAÇÃO COM WASHINGTON POST –O parlamentar republicano da Flórida, Mario Díaz-Balart, disse quinta-feira (7) ao The Washington Post que a janela para aprovar qualquer projeto de lei para dar aos indocumentados um status legal de permanência “será fechada definitivamente” sem um acordo na Câmara de Deputados.

O legislador assinalou que, de fato, não espera em absoluto que um projeto passe no plenário e advertiu que a reforma imigratória poderá ser condenada completamente para este Congresso se não receber um voto antes de fevereiro ou março, quando se realizam as primárias do Partido Republicano.

“Temos muito poucos dias disponíveis, portanto não acredito que vamos ser capazes de fazer isto este ano”, declarou.

Recentemente alguns ativistas que defendem os direitos dos imigrantes pensavam que, apesar do pouco tempo, “algo” poderia ocorrer e que milagres existem. Mas estavam céticos sobre conseguir uma reforma imigratória em 2013.

“Que não se possa aprovar nesta sessão porque já não há mais tempo não significa que não se possa fazer o trabalho”, disse Angélica Salas, diretora executiva da Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA). “A proposta do Senado tem uma vida política até o final de 2014”, acrescentou.

Angélica Salas disse ainda que “nossa pressão precisa assegurar que os republicanos abram espaço legislativo nos dias que restam” e que se não terminarem o trabalho em 15 de janeiro “tudo fica para o ano de 2014”.
“Que haja um voto final em 2013 não é realista”, apontou, “mas é possível”.

Debate truncado

No final de junho, o Senado aprovou o projeto S. 744 que inclui a cidadania para os indocumentados. A liderança republicana da Câmara respondeu que debateria seu próprio plano e que faria isto por partes.

Na ocasião, foram aprovadas cinco emendas e nenhuma delas garante a legalização dos imigrantes sem papéis.

No começo de outubro, um grupo democrata apresentou uma versão melhorada do projeto do Senado com mudanças em uma emenda de segurança. O projeto conta com o apoio de três republicanos, mas Díaz-Balart se manteve à margem.

Na semana passada, o presidente Barack Obama se reuniu com líderes empresariais e pediu aos republicanos um voto no plenário antes do final de 2013. O mandatário assegurou que conta com os votos suficientes no plenário para converter o projeto de lei em reforma imigratória.

Na semana passada, a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) voltou a pedir ao Congresso que aprove uma reforma imigratória abrangente.

O cardeal de New York, Timothy Dolan, presidente da USCCB, enviou uma carta ao presidente da Câmara, John Boehner, na qual diz que a aprovação de uma iniciativa imigratória é questão de “grande urgência moral” que não pode mais esperar. Dolan disse que as notícias de atrasos na Câmara eram inquietantes.

As declarações de Díaz-Balart confirmaram as preocupações de Dolan e o nervosismo dos líderes de organizações pró-imigrantes que clamam pela legalização dos 11 milhões de indocumentados.

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