Pastores e fiéis da igreja holandesa de Betel, localizada em Haia, estão rezando ininterruptamente por um mês e dois dias para evitar a deportação de uma família armênia. A polícia não pode entrar em um templo durante os serviços religiosos e, em razão disso, 300 pastores de todo o país se revezam para impedir a prisão de Sasun e Anousche Tamrazyan e seus três filhos. As informações são do jornal O Globo.
Sasun diz ter fugido de sua terra ao ser ameaçado de morte por razões políticas. A família está na Holanda há nove anos. Agora, recebeu a ordem do governo para voltar, porque a Armênia é considerada um país seguro pelo governo holandês. A família, no entanto, não acredita nisso.
Eles tentaram permanecer no país, reivindicando uma anistia para menores refugiados, decretada em situações excepcionais pelas autoridades. Se isso for alcançado, os pais também se beneficiarão e seus problemas terão sido resolvidos. O governo holandês, contudo, parece indisposto a fazer isso.
O governo diz que existem cerca de 400 menores na mesma situação e que não pretende decretar uma anistia geral. Se as autoridades holandesas consideram que os solicitantes de asilo estão seguros em sua terra natal, então quer que eles voltem.
As leis em vigor respeitam os templos, mas rejeitam abusos da norma. Theo Hettema, presidente do Conselho Geral Holandês dos Reverendos Protestantes, está ciente disso. “Nenhuma igreja teria que escolher entre respeitar a dignidade humana ou a autoridade governamental”, disse ele.
O objetivo de Hettema é ganhar tempo e garantir o asilo para essa família. “Quanto tempo isso vai levar? Não sabemos, mas esperamos que seja antes do Natal. Esperamos que o governo dê asilo a essa família e vamos continuar celebrando até esta família conseguir ficar na Holanda”.
Em teoria, uma solicitação de asilo deve ser resolvida em seis meses, mas geralmente leva pelo menos um ano. Embora os maiores atrasos ocorram quando os afetados decidem esgotar todos os recursos legais ao seu alcance para ficar, a lentidão da administração foi reconhecida pelo próprio governo. Uma das razões é o fluxo de refugiados sírios de 2015.