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Paquistanês naturalizado brasileiro é acusado de liderar rede de tráfico humano para os EUA

Ele recebia cidadãos do Paquistão e do Afeganistão no Brasil e os trazia para os EUA em uma rota considerada pela polícia “muito perigosa”

DA REDAÇÃO, COM THE WASHINGTON POST – Uma rede de tráfico humano foi revelada pela polícia de Washington D.C. na última quarta-feira (12), depois que o paquistanês naturalizado brasileiro, Sharafat Ali Khan, de 32 anos, se declarou culpado pelas acusações numa Corte Federal.

Segundo o jornal ‘The Washington Post”, Khan trazia pessoas do Paquistão e do Afeganistão para os EUA, cobrando entre $5 mil e $15 mil por pessoa.

No esquema, Khan buscava imigrantes do Paquistão, levava para Dubai e depois para o Brasil, onde montava a viagem para os EUA. A viagem incluía passagem pelo Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Guatemala e México antes de chegar à fronteira dos EUA. O período poderá levar até nove meses e passagem por  selvas na Colômbia e Panamá, a pé, com pouca água.

Um dos homens que Khan ajudou a entrar clandestinamente no país foi um afegão que, segundo as autoridades, estava envolvido em um complô para conduzir um ataque nos EUA ou no Canadá e tinha laços familiares com membros do Talibã.

O caso é parte de um esforço intensificado da U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) para acabar com esquemas de tráfico humano responsáveis pela entrada ilegal nos Estados Unidos de dezenas de milhares de pessoas através da América Latina.

Como outras redes, Khan confiava em contrabandistas locais para recrutar clientes em seus países de origem e enviá-los ao Brasil. Em seguida, ele usava outros contrabandistas nas Américas para levá-los para os EUA e abrigá-los em casas seguras ao longo do caminho.

Khan, que tinha o a apelido de “Dr. Nakib “, usava o aplicativo WhatsApp para manter contato com seus clientes enquanto eles estavam no caminho. Mas ele orientou a todos para apagar as conversas antes de serem pegos na fronteira entre os EUA e o México.

Autoridades acreditam que o traficante contrabandeou pelo menos 80 pessoas de maio de 2014 a junho de 2016. A taxas cobrada por ele variavam entre US$ 3.000 a US$ 15.000 por pessoa, isso significa que ele coletou $240.000 a $ 1,2 milhão durante o período de 26 meses.

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