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Pandemia leva número recorde de fumantes a largar o cigarro no Reino Unido

Autoridades alertam que fumantes correm riscos maiores de sofrerem sintomas graves de covid-19

Fumantes têm 14% mais chance de desenvolverem sintomas como: febre, tosse e falta de ar (Foto: Pixabay)
Fumantes têm 14% mais chance de desenvolverem sintomas como: febre, tosse e falta de ar (Foto: Pixabay)

Entre 15 de abril e 20 e junho, 10 mil pessoas foram entrevistadas sobre seus hábitos de fumo pela empresa de pesquisas YouGov, a pedido da organização britânica Action on Smoking (conhecida como Ash).  O resultado apontou que 45% dos entrevistados haviam abandonado o vicio.

Outro levantamento, esse da University College London (UCL), aponta que o número de pessoas que pararam de fumar desde o começo do ano até o mês passado é o maior já registrado. As pesquisas da UCL são feitas mensalmente desde 2007.

Desde que a pandemia de coronavirus estourou no Reino Unido, milhões de pessoas pararam de fumar. É o que aponta uma pesquisa feita pela University College London (UCL).  

“Mais de um milhão de fumantes conseguiram parar de fumar desde que a covid-19 chegou ao Reino Unido mas uma quantidade cinco vezes maior segue fumando”, diz a diretora da Ash, Deborah Arnott.

Estima-se que o Reino Unido tinha cerca de 7 milhões de fumantes em 2019.

A entidade está lançando uma campanha contra o tabagismo com dinheiro do Departamento de Saúde voltado para pessoas nas áreas com o maior número de fumantes do país.

Quais são os riscos?

Dados de um app chamado Zoe Covid Sympton Tracker, que ajuda a detectar sintomas de covid-19, indicam que fumantes têm probabilidade maior (14%) de desenvolverem três sintomas clássicos da doença, na comparação com não-fumantes: febre, tosse persistente e falta de ar.

O app foi criado por pesquisadores dos hospitais britânicos Guy’s and St Thomas’ e King’s College London, com dados de mais de 2,4 milhões de pessoas.

A análise mostra que fumantes que tiveram diagnóstico positivo de covid-19 tinham duas vezes mais chances de serem hospitalizados do que os não-fumantes.

Isso corrobora dados dos Estados Unidos, que mostram que fumantes com coronavírus têm 1,8 vez mais chances de morrer.

As evidências apontam, ainda, que fumantes podem ter probabilidade menor do que os não-fumantes de serem diagnosticados com covid-19. Ainda assim, os fumantes que contraíram o vírus  apresentaram sintomas mais graves da doença.

Recentemente, alguns estudos no mundo sugeriram que fumar teria um efeito protetor contra o coronavírus. A pesquisadora Jamie Hartmann-Boyce, do Centro de Medicina Baseado em Evidências da Universidade de Oxford, disse que existe uma razão “biologicamente plausível” para isso: a nicotina pode estar bloqueando os receptores usados pelo vírus para invadir as células.

Mas ela afirma que não há clareza sobre a representatividade clínica dos dados.

“Isso não é consistente em vários estudos e não está claro se os dados destes estudos são confiáveis”, ela diz.

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