Um pai americano protocolou esta semana em Orlando (FL) um processo judicial contra a LATAM Linhas Aéreas. No processo, o pai acusa um funcionário da empresa aérea de ter abusado sexualmente de seu filho de seis anos em São Paulo, que estava viajando desacompanhado em 2018. A mãe da criança é brasileira.
De acordo com informações do processo judicial, o pai está pedindo $7.5 milhões na Justiça. Segundo o jornal New York Times, o menino estava viajando com o serviço de acompanhamento para menor, oferecido pela companhia, de Belo Horizonte para Orlando, Flórida, com escala no aeroporto de Guarulhos (SP).
No processo, segundo o jornal, consta que a mãe do menino o deixou sob a responsabilidade de funcionários da LATAM no aeroporto de Belo Horizonte. Ele estava com os passaportes e todos os documentos necessários para a viagem dentro de uma pasta plástica pendurada em um cordão no pescoço. Em algum momento não especificado, um funcionário da companhia aérea tirou a pasta do pescoço do menino e a colocou dentro da mochila, de acordo com as informações do jornal.
Quando o garoto chegou a São Paulo, teria ficado sob responsabilidade de outro funcionário que, segundo o processo, não foi informado onde os documentos estavam e demorou para encontrá-los. Por causa da ausência de identificação, a Polícia Federal impediu o embarque do menino no voo com destino a Orlando e o funcionário só conseguiu encontrar os documentos quando o avião já havia decolado,
A LATAM decidiu então, segundo o processo, hospedar o menino em um hotel próximo ao aeroporto enquanto quatro funcionários se dividiram em turnos para supervisioná-lo durante as 15 horas seguintes, até o embarque da criança em direção ao destino final. Foi então que um dos funcionários da companhia aérea, de acordo com os acusadores, teria abusado sexualmente da criança.
O pai acusa a LATAM de não oferecer treinamento adequado para seus colaboradores, não minimizar riscos para os passageiros e falhar na supervisão de seus funcionários. “A LATAM, e o setor de aviação em geral, tinham conhecimento real do risco de menores desacompanhados durante escalas longas e de que a negligência no cuidado de menores desacompanhados pode resultar em agressões às crianças”, lê-se no processo.
LATAM nega acusações
Em nota enviada à revista Crescer, a LATAM afirma ainda não ter conhecimento sobre o processo e reitera o compromisso com a qualificação de seus funcionários. “A LATAM Airlines Brasil afirma que não foi notificada de nenhum processo judicial. No entanto, está atenta a qualquer alegação dessa natureza e, desde já, se coloca à disposição para colaborar. Com relação à reclamação de 2018, informa que apurações criteriosas foram realizadas a época e não foram constatados quaisquer dos fatos, além da perda de conexão e atraso na entrega da bagagem do menor”, escreveu a empresa. “A companhia conta com equipe altamente qualificada e treinada, e tem protocolos internacionalmente aplicados a seus processos de serviço. Adicionalmente, a empresa tem valores e princípios constantes de seu Código de Conduta e um robusto Programa de Compliance. A LATAM Airlines Brasil informa que repudia veementemente qualquer tipo de violência e adota medidas para assegurar o bem-estar e a integridade dos passageiros. Esse é um valor imprescindível para a companhia, reforçado diariamente em todas as suas operações”. (Com informações do New York Times e Revista Crescer)