Com a posse de Donald Trump marcada para 20 de janeiro, organizações de direitos humanos estão intensificando esforços para proteger imigrantes, temendo as promessas de deportação em massa feitas em campanha pelo presidente eleito. Mais de 30 grupos se uniram nesta 5a-feira, solicitando ao governo Biden e a autoridades locais e estaduais que ajam rapidamente para aprovar medidas preventivas. A ideia é que migrantes vulneráveis procurem assistência e informação, preparando-se para enfrentar possíveis ações da nova administração republicana.
Greisa Martínez Rosas, diretora executiva da United We Dream, expressou a urgência da situação em uma conferência online organizada por 38 organizações de direitos humanos. Beneficiária do DACA, programa que concede residência legal a migrantes que entraram nos EUA quando crianças, Martínez enfatizou que o risco não é hipotético. Ela citou o histórico de Trump, incluindo as operações do U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) que aterrorizavam comunidades inteiras. Martínez e outras lideranças alertam sobre uma ameaça iminente e real de deportações em massa.
Para proteger os migrantes, os grupos estão pressionando o governo Biden a adotar três medidas imediatas: ativar o status de proteção temporária (TPS) para mais imigrantes, acelerar a análise dos processos de detenção e assegurar que novas políticas sejam feitas para protegê-los. Segundo o grupo CHIRLA, Coalition for Humane Immigrant Rights, a melhor defesa é informar os migrantes sobre seus direitos civis e humanos. Eles sugerem que se obtenha um “cartão de direitos”, disponível no site da organização, para lembrar os imigrantes de que têm o direito de permanecer em silêncio e não revelar seu status migratório.
Enquanto se preparam para batalhas jurídicas contra as políticas de Trump, as organizações também mobilizam apoio de sindicatos, empresas e universidades. Autoridades locais e estaduais são incentivadas a aprovar medidas de proteção rapidamente. No entanto, sem um compromisso mais firme do governo federal, líderes admitem que as opções são limitadas e que as ações de defesa devem ocorrer de forma ágil e coordenada para proteger o máximo de pessoas possível.