O Santos vem fazendo uma campanha discreta no Campeonato Brasileiro, onde ocupa atualmente a 14ª posição, e a equipe não transmite segurança à sua torcida. Portanto, apostar em um torneio de mata-mata poderia ser uma saída para compensar os maus resultados obtidos no Brasileirão. Após ter sido eliminado na Copa do Brasil pelo Cruzeiro – graças à atuação estelar do goleiro Fábio do time mineiro -, restou aos santistas se concentrar na Copa Libertadores da América. Afinal, o Alvinegro praiano conseguiu se classificar para as oitavas de final da principal competição subcontinental da América do Sul.
O adversário que lhe coube foi o Clube Atlético Independiente de Avellaneda. Entretanto, a equipe brasileira teve pela frente um adversário mais poderoso que marcou 3 a 0 no tribunal atapetado da Conmebol, sediado em Assunção, Paraguai. A razão foi a escalação atabalhoada de Carlos Sanchez que estaria inabilitado para atuar, em razão de uma suspensão em competições promovidas pela Conmebol (entidade que rege o futebol sul-americano) quando atuava pelo River Plate.
Para entender a situação: Sanchez era atleta do time de Buenos Aires e foi expulso em uma partida na qual o clube argentino foi eliminado da Copa Libertadores em 2016. Ele foi condenado a cumprir uma pena de três jogos de suspensão. Entretanto, após uma anistia concedida pelo tribunal arbitral, o jogador uruguaio contratado pelo Santos teve a pena reduzida para apenas um jogo de suspensão.
Na temporada de 2017 e metade de 2018, porém, Sanchez atuou em uma equipe mexicana e não teve nenhum problema, porque o México é filiado à Concacaf (confederação que comanda o futebol da América do Norte). Ao ser contratado pelo Santos, ele voltou a atuar por um clube filiado à Conmebol. Portanto, sujeito às penalidades desta confederação.
Segundo a diretoria do Santos, os funcionários responsáveis por investigar as situações regulamentares conferiram o status de Sanchez no Comet – um boletim informativo da Conmebol que determina quem pode ou não pode atuar. E nada haveria contra o atleta para ele jogar normalmente.
Após a partida contra o Independiente na Argentina, que terminou em 0 a 0, a diretoria do clube de Avellaneda entrou com pedido para ganhar os pontos no tribunal por causa da escalação indevida de Carlos Sanchez. O jogo foi realizado em 21 de agosto. Uma semana depois, na manhã do jogo de volta, realizado em São Paulo, a Conmebol confirmou a decisão de punir o clube brasileiro pela atualização de um jogador em situação irregular, e determinou que o Independiente havia vencido a partida por 3 a 0, portanto o Santos precisaria derrotar o adversário pelo mesmo placar para levar a decisão para os pênaltis.
O time dirigido por Cuca entrou em campo bastante nervoso e mostrou pouco futebol. Resultado final foi 0 a 0, com direito à defesa de uma penalidade máxima por parte do goleiro Vanderlei. Pior ainda foi o comportamento de parte da torcida santista que começou uma pressão para invadir o gramado. A polícia respondeu com energia e instaurou-se o caos no Estádio do Pacaembu. O árbitro chileno encerrou a partida três minutos antes do tempo regulamentar e certamente relatou os incidentes em sua súmula, abrindo, assim, a possibilidade de punição severa para o Santos nas competições organizadas pela Conmebol.
O presidente do clube, José Carlos Peres, acusou a entidade do futebol sul-americano de ter sido injusta com o Santos e arguiu que ela prejudica os clubes brasileiros. Entretanto, internamente, começou a caça às bruxas e o responsável pela fiscalização de registro de atletas foi demitido.
Resumo da ópera bufa. Conmebol e Santos entraram em choque. Solução que poderia ter sido adotada para evitar este problema. A Conmebol deveria ter enviado um comunicado ao Santos informando sobre a situação irregular de Carlos Sanchez a fim de evitar sua escalação na primeira partida das oitavas de final da Copa Libertadores da América. O Santos, por sua vez, também deveria ter consultado a entidade antes de escalar o jogador, pois já havia dúvida sobre a situação regulamentar do atleta. Agora, porém, tudo ficou no passado. A realidade é que o Independiente está classificado para as quartas de final da competição e terá o River Plate como adversário.
Agora, apenas com o Campeonato Brasileiro para disputar, o Santos terá pela frente o Vasco da Gama no Rio de Janeiro, no sábado (1).
Classificação épica do Grêmio
O epíteto de Imortal encaixou-se perfeitamente ao Grêmio na noite de 28 de agosto em Porto Alegre. Após ter sido derrotado por 2 a 1 pelo Estudiantes de La Plata, no jogo de ida, o Tricolor gaúcho partiu para cima do adversário a fim de definir a partida rapidamente. E Everton Cebolinha, recentemente convocado por Tite, abriu o placar com um lindo toque de cobertura sobre o goleiro Andújar. A pressão gremista, no entanto, não surtiu o efeito esperado e complicou-se ainda mais após o gol anotado por Lucas Rodriguez, em rara falha de Geromel, jogou água fria no entusiasmo do atual campeão da Libertadores. Entretanto, o gol de Alisson aos 47 minutos da etapa complementar fez Arena Grêmio explodir de alegria. O gol verdadeiramente ressuscitou o Imortal ressuscitar (sem trocadilho). Com dois resultados iguais, as equipes foram para a decisão da vaga pela série de cobranças de penalidades máximas. Maicon, Everton, Jael, Alisson e André converteram suas cobranças, enquanto Rodríguez, Noguera e Lugüercio também converteram. Porém, o zagueiro Campi mandou a bola para as arquibancadas e chutou para fora também a classificação da equipe de La Plata. Na próxima fase, o Grêmio terá pela frente outro time argentino, o Atlético Tucumán que surpreendentemente eliminou o Atlético Nacional da Colômbia. O próximo compromisso do Grêmio no Brasileirão está marcado para sábado (1) quando ele recebe o Botafogo em Porto Alegre.
Corinthians ganhou, mas foi eliminado
Depois de ter sido amplamente dominado pelo Colo-Colo no jogo de ida, em Santiago, quando foi derrotado apenas por 1 a 0, graças à boa atuação do goleiro Cássio, o Corinthians partiu para cima do adversário no Itaquerão, disposto a reverter o placar desfavorável, na quarta-feira (29). A pressão deu certo, e o zagueiro chileno cometeu um pênalti desnecessário aos 17 minutos do primeiro tempo. Jadson bateu e marcou o gol de abertura, dando esperança aos torcedores corintianos. A lesão do zagueiro Pedro Henrique em uma jogada com Valdivia obrigou o técnico Osmar Loss a substituí-lo por Léo Santos. E foi exatamente uma falha de Léo Santos que permitiu o empate da equipe chilena, com Lucas Barrios cabeceando uma bola inalcançável para Cássio e decretando o 1 a 1. O gol da vitória corintiana veio no segundo tempo com Roger escorando a cobrança de escanteio de Jadson em um momento em que o zagueiro chileno não estava em campo por sangramento no nariz. Com vantagem no placar, o time partiu com tudo para o ataque e Osmar Loss substituiu Fagner e Pedrinho por Mateus Vital e Emerson Sheik. O árbitro deu ainda sete minutos de acréscimo, porém, a equipe alvinegra não conseguiu anotar o terceiro gol que lhe garantiria a classificação. Com o resultado de 2 a 1, o placar global ficou em 2 a 2, entretanto, por ter anotado um gol na casa do adversário, o Colo-Colo se classificou para as quartas de final onde deve (provavelmente) enfrentar o Palmeiras que jogou contra o Cerro Porteño do Paraguai. A partida foi jogada na quinta-feira (30) à noite depois da coluna ter sido escrita, porém, a vantagem do Verdão era considerável, pois havia derrotado a equipe paraguaia por 2 a 0 em Assunção. Pelo Brasileirão, o Timão jogará em casa contra o Atlético-MG no sábado (1).
Flamengo também venceu e não se classificou
Assim como o Timão, o Mais Querido derrotou o adversário, mas está eliminado. Depois de ter sido batido pelo Cruzeiro no jogo de ida, no Maracanã, por 2 a 0, o Mengão tinha uma tarefa árdua pela frente. Vencer a Raposa no Mineirão por três gols de diferença para se classificar ou repetir o mesmo placar para, pelo menos, levar a vaga para decisão de pênaltis. Após um primeiro tempo modorrento, o time carioca foi com tudo para cima e conseguiu marcar com Léo Duarte. O placar de 1 a 0, no entanto, foi insuficiente e agora as atenções do Rubro-Negro se voltam para o Brasileirão, onde está em terceiro lugar, e para a Copa do Brasil, onde é semifinalista. Seu adversário na semifinal é justamente o Corinthians. Ou seja, as duas maiores torcidas do Brasil vão torcer como nunca para que seu time chegue à final da Copa do Brasil. O vencedor terá pela frente Cruzeiro ou Palmeiras, protagonistas da outra semifinal. Voltando sua atenção para o Campeonato Brasileiro, o Flamengo enfrenta o Ceará no domingo (2).
Furacão sobe na tabela
Em partida adiada da 15ª rodada, o Atlético-PR venceu o Vasco por 1 a 0, na quarta-feira (29), na Arena da Baixada, e ganhou fôlego na luta para se afastar da zona de rebaixamento – conquistou a terceira vitória em sequência. O único gol do jogo foi marcado por Raphael Veiga, de cabeça. Na estreia do técnico Alberto Valentim, a equipe cruz-maltina desperdiçou muitas chances e permanece a apenas três pontos de vantagem do grupo dos últimos quatro classificados do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, o Atlético chega a 24 pontos e pula para a 13ª posição. O Vasco cai para a 15ª, com os mesmos 24. No sábado (1), a equipe cruz-maltina volta a campo para enfrentar o Santos, no Maracanã. O Furacão, no domingo (2), recebe o Bahia na Arena da Baixada.
Ceará é derrotado em Fortaleza e continua no Z4
O cenário se repetiu. A pressão alvinegra foi a mesma do primeiro tempo. O técnico Lisca deixou o time mais ofensivo com as entradades de Romário e Arnaldo. Já o Bahia permaneceu forte na defesa e explorando os contra-ataques em velocidade. E foi em um desses que conseguiu marcar o segundo gol. Na velocidade, o atacante Gilberto venceu a marcação do zagueiro Luiz Otávio e também de Everson para fazer 2 a 0 e fechar a partida no PV. Os primeiros 45 minutos foram bem movimentados, embora com poucas finalizações. O Ceará pressionou mais em boa parte do primeiro tempo. Mas não conseguiu finalizar a contento. No entanto, o Bahia, que começou recuado, foi reagindo aos poucos até que conseguiu marcar o primeiro gol em cobrança de escanteio, com Lucas Fonseca. O Vovô ainda buscou o empate, mas não chegou ao objetivo, terminando a etapa inicial com vitória baiana. Faltando ainda cinco minutos para o final da partida entre Ceará e Bahia, o torcedor alvinegro, que enchia as arquibancadas do PV, começou a ir embora. Grandes quantidades de torcedores abandonavam o estádio após o segundo gol do time baiano, que venceu, por 2 a 0, no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza, na quarta-feira (29), apesar de ter chutado pouco a gol e ter se mantido muito mais na defesa. No entanto, o esquema tático montado pelo técnico Enderson Moreira foi eficiente o suficiente para neutralizar as jogadas de ataque do Vovô e conseguir os gols que garantiram mais um triunfo para o Tricolor. Vitória que quebrou o tabu de o Bahia ainda não ter vencido na casa do Alvinegro. O Ceará tem compromisso difícil pelo Brasileirão: Flamengo no domingo (2) pela manhã no Rio de Janeiro, enquanto o Bahia vai a Curitiba no domingo (2) enfrentar o Atlético-PR.