DA REDAÇÃO (com Agência Brasil) – A Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) revelou na quinta-feira (24) em um estudo que o número de refugiados e migrantes que chegaram à Europa por via marítima caiu no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período em 2016. A informação é da ONU News.
Segundo o levantamento, cerca de 105 mil pessoas usaram as três rotas principais pelo mar entre janeiro e junho, ao contrário das 231 mil pessoas chegadas pelo mar registradas no mesmo período do ano passado. O estudo revela que 79% dos viajantes seguiram a rota do Mediterrâneo Central para a Itália. Já o percurso pelo mar da Grécia teve uma queda de 94%.
O documento revela ainda que, sem meios legais ao seu dispor, muitos migrantes optam por ser transportados por redes de contrabando e tráfico arriscando-se à morte, a abusos sérios ou ambos.
Com mais de 83,7 mil pessoas envolvidas, a travessia a partir do norte da África para Itália manteve os mesmos níveis do ano passado, numa taxa considerada a mais baixa desde esse período.
Mesmo com a queda no número de chegadas de imigrantes, o estudo revela que ainda é alarmante a probabilidade de se morrer tentando chegar à Europa. Pelo menos 2.253 pessoas perderam a vida ou desapareceram no mar na tentativa. Nas rotas terrestres, foram registrados 40 óbitos dentro ou próximo das fronteiras europeias.
Os dados são difíceis de confirmar, porque a maioria das pessoas viaja clandestinamente. A Acnur cita fatores como a violência e abusos ao longo da jornada, principalmente na Líbia, que fazem prever que o número seja bem maior.
De acordo com o relatório, muitos migrantes e refugiados que chegaram à Itália a partir da Líbia teriam sobrevivido à travessia perigosa pelo deserto e a abusos que incluem violência sexual, tortura e sequestros. No mar, o risco de morrer a caminho da Itália é de uma em cada 39 pessoas.
O alto comissariado da ONU para os Refugiados, Fillipo Grandi, disse que “são moralmente inaceitáveis as medidas para reduzir o número de refugiados e migrantes que chegam à Europa, sem, ao mesmo tempo intensificar esforços para a paz, o desenvolvimento e segurança nas vias”.
Ele defende que não se pode ignorar os abusos que ocorrem simplesmente porque acontecem longe dos olhares.