DA REDAÇÃO – O Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC), criado pelas Nações Unidas (ONU) durante Assembleia Geral em New York, apresentou na quarta-feira (25) um relatório dedicado aos efeitos das alterações climáticas nos oceanos e nas massas de gelo permanentes da Terra. A devastação dos mares e das regiões geladas devido às alterações climáticas é o grande problema apontado no documento.
É urgente priorizar “ações oportunas, ambiciosas e coordenadas” de forma a enfrentar estas mudanças “sem precedentes e duradouras” nos oceanos e na criosfera – regiões cobertas por gelo e neve permanentes e que constituem 10% da superfície do planeta –, alerta o relatório.
Durante este século, os oceanos poderão sofrer alterações “sem precedentes”, com temperaturas mais altas, água mais ácida, menos oxigénio e condições alteradas de produção de recursos.
O gelo das regiões geladas, como o Ártico por exemplo, está derretendo a um ritmo nunca registado e, em consequência, o nível dos oceanos está elevando pondo em causa a vida de mais de milhões de pessoas, advertem os cientistas no documento.
O IPCC estabelece que “o oceano e a criosfera acolhem habitats únicos e estão ligados a outros componentes do sistema climático através de trocas globais de água, energia e carbono”.
A verdade é que cerca de “670 milhões de pessoas nas regiões de alta montanha e 680 milhões de pessoas nas zonas costeiras mais baixas dependem diretamente destes sistemas”. Por exemplo, pelo menos “4 milhões de pessoas vivem permanentemente na região do Ártico” e serão afetadas com o degelo e a subida do nível do mar.
Este relatório destaca, ainda, os benefícios de uma adaptação “ambiciosa e eficaz para o desenvolvimento sustentável” e os “custos e riscos crescentes de uma ação adiada”.
Mais 1ºC
A temperatura global já “atingiu 1.ºC acima do nível pré-industrial”, alertam os cientistas. Este aquecimento global deve-se às “emissões passadas e atuais de gases de efeito de estufa” e já há provas “esmagadoras de que isso pode provocar profundas consequências para os ecossistemas e as pessoas”.
Os cientistas do painel constataram que os oceanos estão aumentando a temperatura desde 1970, absorvendo “mais de 90% do calor em excesso no sistema climático”, com ondas de calor marinho duas vezes mais frequentes desde 1982. (Com informações da Agência Brasil).