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ONG promove encontro entre imigrantes e suas famílias na fronteira do México

Evento permitiu que 2,5 mil pessoas que compõem 195 famílias separadas participassem do evento chamado "Hugs Not Walls"

Famílias tiveram três minutos para se abraçar FOTO AFP
Famílias tiveram três minutos para se abraçar FOTO AFP

DA REDAÇÃO, COM FRANCE PRESS – A ONG Rede Fronteiriça promoveu, no sábado (24), o evento “Hugs Not Walls” que permitiu, com autorização e vigilância da imigração, um encontro entre mais de 2,5 mil pessoas, que compõem outras 195 famílias separadas pela fronteira entre o México e EUA. As famílias – constituídas por imigrantes ilegais que vivem nos EUA – tiveram três minutos para se abraçar.

O aguardado encontro ocorreu em pleno Rio Bravo, que divide a mexicana Ciudad Juárez (Chihuahua) e a americana El Paso (Texas), diante do olhar atento da Patrulha de Fronteira.

Depois de 11 anos sem se ver, separadas pela fronteira, a família Pastrana pôde se abraçar. “Foram 11 anos muito longos, não pudemos nos ver, nem nos tocar neste tempo, é um momento inesquecível e aproveitamos para demonstrar o quanto a gente as ama”, disse à AFP Claudia Pastrana, uma mulher de 42 anos, originária de Ciudad Juárez, após abraçar a irmã e a sobrinha que emigraram para o Texas em busca de vida melhor.

Mayra, irmã de Claudia, também disse que o evento, organizado pela ONG Rede Fronteiriça dos Direitos Humanos, “foi algo inesquecível”.

Enquanto isso, a Patrulha de Fronteira vigiava cada movimento a cem metros de distância para que “ninguém vá passar algo na hora dos abraços”, disse Ramiro Cordero, porta-voz da Patrulha de Fronteira do setor de El Paso.

Esta é a quarta vez em que o evento é realizado, mas a segunda após a eleição de Donald Trump à Presidência. Em reiteradas ocasiões, Trump tem demonstrado publicamente seu repúdio à imigração de mexicanos.

“É uma forma de fazer protesto e erguer a voz contra as políticas agressivas do atual presidente (americano), e que separou milhões de famílias”, disse Fernando García, diretor da Rede Fronteiriça.

Após o curto, mas efusivo encontro das Pastranha, Claudia, que foi ao encontro acompanhada do filho e do sobrinho, precisou voltar ao lado mexicano. Dali, agitava os braços em uma longa despedida da irmã, a quem perdia de vista pouco a pouco.

 

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