Visita ao Brasil terá ainda discurso na Cinelândia (foto) e assinatura de acordos importantes, inclusive para brasileiros que vivem jos EUA
O serviço secreto americano insiste em impedir a divulgação detalhada da agenda do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil, nos dias 19 e 20 de março. Mas, além do encontro com a presidenta Dilma Roussef em Brasília (no sábado), pelo menos dois compromissos já estão confirmados no Rio de Janeiro, no domingo: a visita à favela na Cidade de Deus, onde será recebido ao som do funk e do samba, e o discurso para esperadas 50 mil pessoas na Cinelândia, que já foi palco de atos históricos no Centro da cidade.
Um verdadeiro batalhão de policiais será destacado para acompanhar o presidente americano na período em que ele ficará na Cidade de Deus – estima-se que a programação se entenderá por uma hora. O contingente será reforçado por tanques das Forças Armadas e, é claro, os integrantes da segurança pessoal de Obama. Ao que tudo indica ele chegará de helicóptero ao Aeroporto de Jacarepaguá, distante pouco mais de três quilômetros da favela, que vai recebê-lo ao som de funk e samba. Obama também vai assistir a apresentações de capoeira e vai conhecer o trabalho social realizado na comunidade. No trajeto até a Cidade de Deus, o presidente americano viajará num carro blindado e as ruas serão interditas para a passagem da comitiva.
Já para o discurso na praça Marechal Floriano Peixoto (na Cinelândia), a polícia espera o comparecimento de pelo menos 50 mil pessoas. O local já recebeu públicos bem maiores, para manifestações pelo fim da ditadura e em favor do movimento Diretas ou mesmo em comícios políticos. Mesmo assim, um forte esquema de segurança está sendo preparado para um domingo especial, não apenas para os cariocas. “Ele direcionará suas palavras a todos os brasileiros”, afirmou o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. O discurso de Obama terá tradução simultânea e será transmitido para todo o Brasil.
Mas é em Brasília que o presidente americano dará boas notícias, inclusive para os emigrantes. Além da possibilidade de liberação do visto de turista aos brasileiros, Obama deve assinar com as autoridades brasileiras um acordo previdenciário, beneficiando os cerca de 500 mil brasileiros que vivem na América legalmente. A medida permitirá que os trabalhadores brasileiros utilizem as suas contribuições feitas nos dois países para fins de aposentadoria e pensão por morte. Atualmente, o tempo de serviço e de contribuição à Previdência americana não é considerado no Brasil, salvo se a pessoa continuar pagando suas contribuições ao INSS no período em que está fora do país. Tão logo o acordo entre em vigor, a ideia é que o pagamento da aposentadoria seja rateado entre Brasil e Estados Unidos, proporcionalmente ao período de contribuição em cada país. Esta é uma antiga reivindicação dos brasileiros emigrantes na América – e já é uma realidade para os brasileiros que vivem no Japão e em outros países como Argentina e Portugal, por exemplo.
