Histórico

Obama quer combater tráfico de pessoas

Governo dos Estados Unidos promete tolerância zero com os exploradores de seres humanos em todo o mundo

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou esta semana novas medidas para combater o tráfico de pessoas, uma forma de escravidão moderna que afeta mais de 20 milhões de homens, mulheres e crianças, e que não tem lugar num mundo civilizado, segundo o mandatário em um discurso perante a Iniciativa Global Clinton (CGI) em New York.

O presidente assinou uma ordem executiva para fortalecer os esforços de seu governo contra o tráfico de seres humanos, uma tarefa na qual os Estados Unidos tem sido mais líder do que nunca sob o mandato da atual secretária de Estado, Hillary Clinton. Esta prática, da qual são vítimas mais de 20 milhões de pessoas em todo o planeta, é bárbara, cruel e não tem sentido em um mundo civilizado, comentou Obama.

Tolerância zero

A ordem executiva assinada pelo mandatário fortalece a política de tolerância zero que já existe nos contratos do governo federal, que estabelece um processo para identificar as empresas e os setores que tenham um histórico ou evidências de tráfico humano.

Além disto, amplia o treinamento de diversos grupos de profissionais para detectar o tráfico onde quer que exista e aumenta os recursos disponíveis para atender às vítimas em associação com o setor privado e com várias fundações. Devemos fazer mais para ajudar as vítimas a recuperar-se e a reconstruir suas vidas, afirmou Obama.

Ele também admitiu que nenhum governo nem nação consegue enfrentar sozinho o desafio e pediu responsabilidade para cada cidadão e para cada país.

O presidente participou da Iniciativa Clinton depois do discurso na 67ª Assembleia Geral da ONU.

A ordem, que oferece mais proteções aos trabalhadores com contratos federais em missões diplomáticas e militares, estabelece novos requisitos para que os empreiteiros e subempreiteiros americanos no Exterior evitem o tráfico de pessoas.

A medida coincidiu com o 150º aniversário da Proclamação da Emancipação, que aboliu a escravidão nos Estados Unidos, e recebeu elogios da maioria dos grupos cívicos e críticas de legisladores republicanos e grupos conservadores, por seu oportunismo.

Devon Chaffee, advogado da União de Liberdades Civis dos Estados Unidos (ACLU), disse em um comunicado que a iniciativa é um grande passo adiante na luta contra o tráfico de pessoas.

Em países como Nepal, Índia e Filipinas, milhares de homens e mulheres, nas aldeias pobres, são contratados após o pagamento de somas exorbitantes e são enganados sobre quais países serão levados e quanto receberão de salário, comentou Chaffee.

Muitos não têm outra opção a não ser viver e trabalhar em condições pouco seguras e inaceitáveis, como seguranças, cozinheiros, faxineiros e peões de construção em bases militares dos EUA e nas embaixadas no Afeganistão e Iraque.

Medida aplaudida

Outros grupos, como o Comitê Americano para Refugiados e Imigrantes, a associação de Advogados Americanos, o Centro para Crianças Desaparecidas e Exploradas e o grupo de sobreviventes FAIR Girls, aplaudiram a medida de Obama ao considerar a importância disto para proteger as vítimas, em particular crianças e jovens.

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