DA REDAÇÃO – O drama dos indocumentados continua. Apesar de ter refluído o número de pessoas que tiveram de retornar aos seus países, o número de deportados superou a casa de 2,5 milhões nos dois mandatos de Barack Obama. Pelo menos, este é o cálculo das entidades em defesa dos imigrantes, uma vez que o ICE, braço policial do Departamento de Imigração dos EUA, ainda não divulgou o número total de deportados, mesmo após o encerramento do ano fiscal 2015.
O ICE revelou que entre 1º de outubro de 2014 e 31 de agosto de 2015 foram deportados 214.264 indocumentados, dos quais 126.283 (equivalentes a 58,89%) possuíam antecedentes criminais. “O restante, 87.981 (equivalente a 41,1%), não tinha antecedentes”, disse Néstor Yglesias, porta-voz do órgão federal.
O número total de deportados entre 2009 e 31 de agosto, de acordo com os dados oficiais publicados pelo Departamento de Segurança Nacional (DHS, na sigla em inglês) acumulava 2.488.302 pessoas.
Segundo as projeções dos especialistas, as deportações teriam alcançado 2.722.044 imigrantes até o mês de outubro (primeiro do ano fiscal 2016). O resultado confirma que governo de Obama foi o que mais deportou pessoas desde que chegou à Casa Branca. Um relatório da Universidade de Syracuse de New York indica que a maioria dos deportados são latino-americanos, principalmente mexicanos.
As organizações que defendem os direitos dos imigrantes insistem que os dados fornecidos pelo ICE, de que 41,1% dos deportados nos 11 primeiros meses do ano fiscal 2015 sem antecedentes criminais, não confere.
“Nossos registros indicam que a informação não é correta. Insistimos que entre seis e sete de cada 10 deportados não tinham penalidades que constituíssem ameaças para a segurança nacional dos Estados Unidos”, comentou Angélica Salas, diretora executiva da Coalizão pelos Direitos Humanos dos Imigrantes de Los Angeles (CHIRLA). “A lei de imigração castiga com severidade muitas penalidades que em outras situações são tratadas como assuntos de menor importância”.
“Temos que parar estas deportações”, acrescentou a ativista.